A Megan 'falou e disse': ausência de publicações deve ser considerada cum grano salis

domingo, novembro 29, 2009

A Nomenklatura científica preza muito o processo de pesquisas e artigos passarem por revisão por pares. Isso é bom e é ruim para a ciência conforme já destacamos neste blog. Mas há um tipo de atitude perversa em relação aos críticos e dissidentes de paradigma: os revisores por pares deixam a sua função original e boa para servirem de guardas-cancelas para proteger o paradigma de quaisquer críticas.

Ao impedirem os céticos e dissidentes de publicarem seus artigos em revistas e publicações científicas, a Nomenklatura científica usa o argumento de ausência de publicações com revisão por pares como sendo uma prova definitiva do caráter pseudocientífico das novas ideias propostas.

Bem, com o escândalo do Climagate, Marcelo Leite, da Folha de São Paulo, trouxe esta pérola que servirá de munição apologética deste blogger:

"De todo modo, é bom seguir o conselho da economista Megan McArdle em seu blog no sítio da revista "The Atlantic": tomar com um grão a mais de sal, de ora em diante, o argumento "ausência de publicações". in Climagate [Requer assinatura da FSP ou do UOL]

Detestei o neologismo criado por Leite. Por uma simples razão: Watergate não foi traduzido por Águagate!!!

Abaixo o texto da Megan:

Scientists are human beings. They react to pressure to "clean up" their graphs and data for publication, and they gang up on other people who they dislike. Sometimes they're right--there's a "conspiracy" to keep people who believe in N-rays from publishing in physics journals, but that's a good thing. But sometimes they're wrong, and a powerful figure or group of people can block progress in science.

I'd say that the charge that climate skeptics "are not published in peer reviewed journals" just lost most of its power as an argument against the skeptics.

Climategate

Foto da Megan McArdle