Mais um fóssil lança 'luz' na evolução dos mamíferos...

sábado, maio 16, 2009

Fóssil ajuda a entender evolução dos mamíferos

Crânio de cinodonte com mais de 200 milhões de anos é o mais completo do gênero na América Latina

A descoberta de um crânio de cinodonte, animal que viveu entre 200 e 250 milhões de anos atrás, pode ajudar os cientistas a entender melhor a evolução dos mamíferos. Com 95% de suas partes preservadas, o fóssil é o mais completo crânio do gênero já encontrado na América Latina.


Mais completo crânio de cinodonte já encontrado na América Latina (foto: Ciro F. Cabreira).

O estudo dos cinodontes constitui uma boa fonte de informação sobre a evolução dos mamíferos, pois ambos fazem parte do mesmo eixo evolucionário. Segundo os autores da descoberta, o paleontólogo Sergio Furtado Cabreira e o biólogo Lúcio Roberto da Silva, ambos da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), uma das estruturas que revela a relação entre os grupos é a mandíbula.

“Os cinodontes apresentavam a mandíbula constituída pelo osso dentário e outros ossos pós-dentários menores, à semelhança dos répteis. Já os mamíferos têm a mandíbula formada por um único osso. Durante o processo evolucionário, os ossos mais posteriores da mandíbula dos cinodontes vieram a constituir os ossos do ouvido médio dos mamíferos. Assim, os cinodontes representam o meio do caminho entre os primitivos animais de mandíbula composta por vários ossos e os mamíferos”, explica Cabreira.

Esse é exatamente o motivo que torna o fóssil encontrado agora tão valioso: sua mandíbula está muito bem preservada, assim como todo o crânio, que tem 95% de suas peças no local original. O material também ajudará os cientistas a ter uma melhor datação do terreno onde o fóssil foi encontrado, no município de Dona Francisca, no Rio Grande do Sul. O local é considerado pelos pesquisadores o ‘paraíso’ dos fósseis do Triássico (período entre 251 milhões e 199 milhões e 600 mil anos atrás) no Brasil. “Raramente voltamos do campo sem um exemplar”, festeja o pesquisador.


Mariana Ferraz
Ciência Hoje/RJ

Fonte: CH online.