Um big bang biológico “explodiu” de vez com a seleção natural como vera causa da evolução

quinta-feira, setembro 18, 2008

Este artigo é alarmante por suas conseqüências à teoria da evolução de Darwin no contexto de justificação teórica:

“Major transitions in biological evolution show the same pattern of sudden emergence of diverse forms at a new level of complexity .”

Traduzindo em graúdos: “As principais transições em evolução biológica mostram o mesmo padrão de súbita emergência de diversas formas em um novo nível de complexidade”.

UAU! Principais transições em evolução biológica! Mas não era justamente isso que a teoria geral da evolução de Darwin pretendia explicar? E se isso for realmente assim, significa o quê? Que Darwin estava errado? Resposta da Nomenklatura científica: “Pereça tal pensamento sacrílego. Darwin locuta, causa finita!”

Koonin prossegue: “The relationships between major groups within an emergent new class of biological entities are hard to decipher and do not seem to fit the tree pattern that, following Darwin's original proposal, remains the dominant description of biological evolution.”

Traduzindo em miúdos: “As relações entre os principais grupos dentro de uma nova classe de entidades biológicas emergentes são difíceis de decifrar e não parecem encaixar no padrão de árvore que, seguindo a proposta original de Darwin, permanece a descrição dominante da evolução biológica.”

UAU! Gente, alguém me belisque, mas este tal de Koonin está indo além do discurso uniforme da Nomenklatura científica [síndrome dos soldadinhos-de-chumbo onde todo mundo pensa igual e ninguém pensa em mais nada].

Koonin relaciona os fatos que ficam de fora do alcance heurístico da teoria da evolução de Darwin através da seleção natural:

“The cases in point include the origin of complex RNA molecules and protein folds; major groups of viruses; archaea and bacteria, and the principal lineages within each of these prokaryotic domains; eukaryotic supergroups; and animal phyla.”

Traduzindo em graúdos e miúdos: “Os casos em questão incluem a origem das moléculas complexas do RNA e os dobramentos das proteínas; os principais grupos de vírus; arqueia e bactéria, e as principais linhagens dentro de cada um desses domínios procarióticos; os supergrupos eucarióticos; e os filos animais.”

UAU! Gente, o que foi que sobrou para a seleção natural agir como vera causa evolutiva? Sobrou alguma coisa?

Pensou que Koonin tinha acabado na sua demonstração das insuficiências epistêmicas da teoria geral da evolução? Na-na-ni-na-não!

“In each of these pivotal nexuses in life's history, the principal "types" seem to appear rapidly and fully equipped with the signature features of the respective new level of biological organization. No intermediate "grades" or intermediate forms between different types are detectable.”

Traduzido em português bem claro:

“Em cada um desses nexus importantes na história da vida, os ‘tipos’ principais parecem surgir rapidamente e plenamente equipados com as características de assinatura do respectivo novo nível de organização biológica. “Graus” ou formas intermediárias entre os diferentes tipos não são detectáveis.”

Por favor, alguém me dê um beliscão epistemológico: graus ou formas intermediárias não são encontrados? Quer dizer então que eles são “imaginários”?

Alô MEC/SEMEC/PNLEM: estamos de olhos nas próximas edições dos livros-texto de Biologia do ensino médio, e vamos cobrar o que o Koonin teve a coragem de abordar: os elos transicionais são “imaginários” e que a seleção natural não é nem necessária, muito menos suficiente para explicar a complexidade e a diversidade das coisas bióticas em sua história evolutiva.

Valeu, Koonin! Que a sua tribo cresça e apareça!

Fui dormir epistemologicamente tranqüilo, e querendo ver a cara da galera dos meninos e meninas de Darwin que ainda não reconhecem o fato, Fato, FATO de uma nova teoria evolutiva na área e que se chama “Síntese Evolutiva Ampliada” que não será selecionista.

Aonde foi parar o fato, Fato, FATO da evolução?

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Hypothesis Open Access

The Biological Big Bang model for the major transitions in evolution

Eugene V Koonin*

Address: National Center for Biotechnology Information, National Library of Medicine, National Institutes of Health, Bethesda, MD 20894, USA
Email: Eugene V Koonin* - koonin@ncbi.nlm.nih.gov
* Corresponding author

Abstract

Background: Major transitions in biological evolution show the same pattern of sudden emergence of diverse forms at a new level of complexity. The relationships between major groups within an emergent new class of biological entities are hard to decipher and do not seem to fit the tree pattern that, following Darwin's original proposal, remains the dominant description of biological evolution. The cases in point include the origin of complex RNA molecules and protein folds; major groups of viruses; archaea and bacteria, and the principal lineages within each of these prokaryotic domains; eukaryotic supergroups; and animal phyla. In each of these pivotal nexuses in life's history, the principal "types" seem to appear rapidly and fully equipped with the signature features of the respective new level of biological organization. No intermediate "grades" or intermediate forms between different types are detectable. Usually, this pattern is attributed to cladogenesis compressed in time, combined with the inevitable erosion of the phylogenetic signal.

Hypothesis: I propose that most or all major evolutionary transitions that show the "explosive" pattern of emergence of new types of biological entities correspond to a boundary between two qualitatively distinct evolutionary phases. The first, inflationary phase is characterized by extremely rapid evolution driven by various processes of genetic information exchange, such as horizontal gene transfer, recombination, fusion, fission, and spread of mobile elements. These processes give rise to a vast diversity of forms from which the main classes of entities at the new level of complexity emerge independently, through a sampling process. In the second phase, evolution dramatically slows down, the respective process of genetic information exchange tapers off, and multiple lineages of the new type of entities emerge, each of them evolving in a tree-like fashion from that point on. This biphasic model of evolution incorporates the previously developed concepts of the emergence of protein folds by recombination of small structural units and origin of viruses and cells from a pre-cellular compartmentalized pool of recombining genetic elements. The model is extended to encompass other major transitions. It is proposed that bacterial and archaeal phyla emerged independently from two distinct populations of primordial cells that, originally, possessed leaky membranes, which made the cells prone to rampant gene exchange; and that the eukaryotic supergroups emerged through distinct, secondary endosymbiotic events (as opposed to the primary, mitochondrial endosymbiosis). This biphasic model of evolution is substantially analogous to the scenario of the origin of universes in the eternal inflation version of modern cosmology. Under this model, universes like ours emerge in the infinite multiverse when the eternal process of exponential expansion, known as inflation, ceases in a particular region as a result of false vacuum decay, a first order phase transition process. The result is the nucleation of a new universe, which is traditionally denoted Big Bang, although this scenario is radically different from the Big Bang of the traditional model of an expanding universe. Hence I denote the phase transitions at the end of each inflationary epoch in the history of life Biological Big Bangs (BBB).

Conclusion: A Biological Big Bang (BBB) model is proposed for the major transitions in life's evolution. According to this model, each transition is a BBB such that new classes of biological entities emerge at the end of a rapid phase of evolution (inflation) that is characterized by extensive exchange of genetic information which takes distinct forms for different BBBs. The major types of new forms emerge independently, via a sampling process, from the pool of recombining entities of the preceding generation. This process is envisaged as being qualitatively different from treepattern cladogenesis.

Reviewers: This article was reviewed by William Martin, Sergei Maslov, and Leonid Mirny.