Darwin ‘Quixote de la Mancha’ e a Árvore da Vida: um moinho de vento?

quarta-feira, janeiro 31, 2007

Nota da Nomenklatura científica: Este artigo pode provocar danos extremamente fatais para a manutenção epistêmica do fato, Fato, FATO da teoria geral da evolução. Todos os esforços devem ser envidados para que ele não seja divulgado amplamente. Recomenda-se veementemente aos peer-reviewers a não aceitarem a menção deste trabalho controverso em futuras pesquisas e trabalhos.

A Grande Mídia, nossa garota-propaganda fiel, inocente útil, também já foi alertada para não dar destaque às implicações do artigo por razões óbvias: vai municiar os oponentes com evidências científicas devastadoras às especulações transformistas de Darwin. O nosso talão de notas promissórias epistemológicas está acabando, e não temos mais avalistas de renome para endossá-las.

Bem, chistes à parte, vamos ao que realmente interessa. O PNAS publicou no dia 29 de janeiro de 2007 o artigo “Pattern pluralism and the Tree of Life hypothesis” [Pluralismo padrão e a hipótese da Árvore da Vida – PDF gratuito] como parte da série especial de Artigos Inaugurais por membros da National Academy. Os autores são W. Ford Doolittle e Eric Bapteste.

Artigo Inaugural
Evolução
Pluralismo padrão e a hipótese da Árvore da Vida

(transferência lateral de gene | filogenia )
W. Ford Doolittle * e Eric Bapteste

Departmento de Bioquímica e Biologia Molecular, Dalhousie University, Halifax, NS, Canada B3H 1X5

Esta contribuição faz parte da série especial de Artigos Inaugurais por membros da National Academy of Sciences eleitos em 30 de abril de 2002.

Contribuído por W. Ford Doolittle, 5 de dezembro de 2006 (enviado para revisão por pares em 11 de novembro de 2006)

“Darwin afirmou que um padrão único inclusivamente hierárquico de relações entre todos os organismos baseado nas suas semelhanças e diferenças [a Árvore da Vida] era um fato da natureza, para o qual a evolução, e em particular o processo de ramificação de descendência com modificação era a explicação. Todavia, não há nenhuma evidência independente de que a ordem natural seja uma hierarquia inclusiva, e a incorporação dos procariotos na Árvore da Vida é especialmente problemática. As únicas séries de dados das quais nós podemos construir uma hierarquia universal incluindo os procariotos, as seqüências dos genes, freqüentemente discordam e raramente podem provar concordância. A estrutura hierárquica pode sempre ser imposta ou extraída de tais séries de dados por algoritmos planejados para assim fazerem, mas na sua base a Árvore da Vida universal repousa numa pressuposição não provada sobre o padrão que, dado o que nós sabemos sobre o processo, é improvável que seja amplamente verdade. Isso não significa dizer que as semelhanças e as diferenças entre os organismos não devam ser explicadas pelos mecanismos evolutivos, mas a descendência com modificação é somente um desses mecanismos, e um padrão de uma única árvore não é o resultado necessário (ou esperado) de sua operação coletiva. O pluralismo padrão (o reconhecimento que modelos e representações evolutivas diferentes ou em escalas diferentes ou para propósitos diferentes) é uma alternativa atraente para a busca quixotesca de uma única e verdadeira Árvore da Vida”. [1]

Traduzindo em miúdos e graúdos, Doolittle e Bapteste estão dizendo que não há nenhum padrão de árvore da vida nos genes. O melhor, oops o pior de tudo é que parece que as nossas mentes é que são responsáveis pela ‘imposição’ de padrões que, necessariamente, não está na natureza. Remando contra a síndrome dos soldadinhos-de-chumbo, os autores negam que o mecanismo proposto por Darwin seja o ‘explanandum’ para o ‘explanans’ do fato, Fato, FATO da teoria geral da evolução. Então o que temos? Meramente um artifício heurístico que lançou os biólogos numa busca pelo estabelecimento da Árvore da Vida desde os tempos de Darwin.

Empirica, Empirice Tratanda. Não temos boas notícias aqui nesta área científica. Os dados em biologia molecular se recusam terminantemente a serem reunidos num padrão de Árvore da Vida conforme antecipado por Darwin. Os autores admitem isso com exemplos. O que Darwin queria associar — padrão e processo, a natureza se recusa em demonstrar: não pode ser feito. Para embolar o meio de campo evolutivo, os genomas de procariotos em particular, mostram grandes quantidades de transferência lateral de genes.

Uma acusação grave feita pelos autores é que as ferramentas utilizadas pelos filogenistas moleculares são ‘preparadas’ para produzirem árvores onde não existem árvores.

Por favor, me entendam. Não estou afirmando que agora Doolittle e Bapteste deixaram de ser evolucionistas de carteirinha. Muito pelo contrário. Eles continuam darwinistas ortodoxos, e como sempre em artigos assim, para livrar a cara dos autores perante a KGB da Nomenklatura científica, lá vem a famigerada macro Ctrl + críticos de Darwin = ignorantes que merecem ser criticados sem dó nem piedade: eles intencionalmente não entendem a questão.

Parem o bonde da Lógica Darwinista 101 que eu quero descer. Será que eles ‘intencionalmente’ não entendem as implicações do que acabaram de escrever? Se o padrão é imposto sobre os dados pelas nossas preconcepções, então não há razão para se pensar que os dados apóiam melhor a descendência comum do que uma ancestralidade limitada a partir de um ‘gargalo de garrafa’ genético recente.

Eis um trecho selecionado do meio do artigo:

“...Darwin não testou e nem podia testar a realidade do padrão de árvore. Na verdade, uma pessoa é pressionada a encontrar algum corpo de evidência livre de aspectos teóricos de que esse único padrão universal relacionando todas as formas de vida existe independentemente de nosso hábito de pensar que deveria existir. A noção de um padrão de árvore é o produto da indução, óbvia para qualquer observador inteligente, é desmentido pela maior parte do início da história da sistemática, durante o qual esquemas diferentes pareciam ser plenamente defensáveis.” [2]

Eu não sei o que a Nomenklatura científica e a Grande Mídia tupiniquins farão com essas implicações. Uma coisa eu sei — há sérias questões, estritamente fundamentais para a nova teoria geral da evolução que substituirá o neodarwinismo terá que considerar cum granum salis — uma delas é a Árvore da Vida de Darwin, o fato, Fato, FATO da evolução, oops a hipótese do ancestral comum FOI IMPOSTA e NÂO DERIVADA DOS DADOS, e isso precisa ser cientifica e objetivamente considerado. Pro bonum scientia!

Sem EXPLANANDUM, não há EXPLANANS. Darwin ‘Quixote de la Mancha’, e nós todos perseguindo um moinho de vento, oops uma miragem de Árvore da Vida???
[Sobre os ombros de dois gigantes, mais o Doolittle e Bapteste]

NOTAS:

[1] http://www.pnas.org/cgi/content/abstract/0610699104v1
Inaugural Article
Evolution
Pattern pluralism and the Tree of Life hypothesis
( lateral gene transfer | phylogeny )

W. Ford Doolittle * and Eric Bapteste
Department of Biochemistry and Molecular Biology, Dalhousie University, Halifax, NS, Canada B3H 1X5

This contribution is part of the special series of Inaugural Articles by members of the National Academy of Sciences elected on April 30, 2002.

Contributed by W. Ford Doolittle, December 5, 2006 (sent for review November 11, 2006)

“Darwin claimed that a unique inclusively hierarchical pattern of relationships between all organisms based on their similarities and differences [the Tree of Life (TOL)] was a fact of nature, for which evolution, and in particular a branching process of descent with modification, was the explanation. However, there is no independent evidence that the natural order is an inclusive hierarchy, and incorporation of prokaryotes into the TOL is especially problematic. The only data sets from which we might construct a universal hierarchy including prokaryotes, the sequences of genes, often disagree and can seldom be proven to agree. Hierarchical structure can always be imposed on or extracted from such data sets by algorithms designed to do so, but at its base the universal TOL rests on an unproven assumption about pattern that, given what we know about process, is unlikely to be broadly true. This is not to say that similarities and differences between organisms are not to be accounted for by evolutionary mechanisms, but descent with modification is only one of these mechanisms, and a single tree-like pattern is not the necessary (or expected) result of their collective operation. Pattern pluralism (the recognition that different evolutionary models and representations of relationships will be appropriate, and true, for different taxa or at different scales or for different purposes) is an attractive alternative to the quixotic pursuit of a single true TOL”.

Author contributions: W.F.D. and E.B. wrote the paper. The authors declare no conflict of interest. *To whom correspondence should be addressed: W. Ford Doolittle, E-mail: ford@dal.ca

[2] “...Darwin did not and could not test the reality of the tree pattern. Indeed, one is hard-pressed to find some theory-free body of evidence that such a single universal pattern relating all life forms exists independently of our habit of thinking that it should. The notion that a tree pattern is the product of induction, obvious to any intelligent observer, is belied by most of the early history of systematics, during which quite different schemes seemed
fully defensible.”

Explorando as formas evolutivas intermediárias tão-somente agora???

segunda-feira, janeiro 29, 2007

Quando afirmo peremptoriamente neste blog que a teoria geral da evolução é um fato, Fato, FATO cientificamente ainda não bem explicado e não tão certo quanto a lei da gravidade e de que a Terra é redonda, a galera ultradarwinista esperneia, especialmente os meninos de Darwin. A Nomenklatura científica e a Grande Mídia Tupiniquim na sua relação incestuosa ficam na sua: mudas como pedras.

Alguns teóricos e proponentes da Teoria do Design Inteligente, inclusive este blogger, não temos, a princípio, dificuldades com a hipótese da ancestralidade comum. Michael Behe é um exemplo público disso [vide “A caixa preta de Darwin”, Rio de Janeiro, Zahar, 1997] [1]. Mas, a quantas anda realmente a questão dos elos imaginários, oops intermediários??? Darwin disse que isso era fatal à sua teoria da evolução pela seleção natural.

Vamos dar uma espiada no atual status do fato, Fato, FATO da evolução nesta questão de suficiência epistêmica de uma teoria científica?

David Tyler tem um pequeno artigo sobre a questão intitulado “Começando a explorar as formas evolutivas intermediárias”:

Elogiado como um artigo “progresso” pelos editores da revista científica Nature, um grupo de biólogos evolucionistas respondeu à “nossa ignorância atual dos intermediários” nas trajetórias das transformações evolutivas. O conceito chave é cenário adaptiva, um esquema desenvolvido por Wright em 1932. A diferença é que esses autores querem usar o conceito para “explorar a evolução passo-a-passo das funções moleculares.”

Eles reconhecem implicitamente que o cenário adaptivo está implícito na teoria (em vez de fruto de pesquisa empírica), porque de Darwin em diante, a evidência de intermediários como organismos movendo-se ao redor de uma paisagem adaptivo é tênue [SIC]. Eles escrevem: “Embora Darwin desenvolvesse um raciocínio convincente para a sua ausência, ele sabia que a falta de intermediários como prova deixa espaço para crítica". (Convém destacar que nem todo mundo considera convincente o raciocínio de Darwin para a ausência deles) [SIC].

Eles também comentam: “Na verdade, na sua oposição à evolução, os proponentes do ‘design inteligente’ lançaram mão de nossa ignorância atual sobre os intermediários.” [SIC ULTRA] O que deve ser afirmado é que os proponentes do DI não têm uma oposição generalizada à evolução! A mudança adaptiva ocorre e não é controversa. A verdadeira questão é se a mudança adaptiva leva a nova complexidade especificada e, em particular, a sistemas de complexidade irredutíveis. Além disso, os proponentes do DI não estão argumentando a partir de “nossa ignorância atual”, mas a partir de nosso conhecimento atual! [SIC ULTRA PLUS]

O que esta pesquisa atingiu? “A reconstrução experimental dos intermediários evolutivos e caminhos putativos forneceram uma primeira visão interessante em cenários moleculares adaptivos” [SIC ULTRA PLUS] e “Os sistemas moleculares até aqui detalhadamente considerados representam somente um começo, mas um começo com grande potencial para incentivar mais exploração”. Não há nenhuma indicação de que os sistemas moleculares sugeridos como sendo irredutivelmente complexos foi abordado nesta pesquisa. É realmente uma “primeira busca” e “somente um começo”. [SIC ULTRA PLUS] Talvez seja uma acusação aos biólogos evolucionistas de que levou tempo para perceberem que há desafios verdadeiros ao conceito de cenário adaptivo e que a pesquisa séria está somente nos seus estágios iniciais. [SIC ULTRA PLUS]

Empirical fitness landscapes reveal accessible evolutionary paths
Frank J. Poelwijk, Daniel J. Kiviet, Daniel M. Weinreich and Sander J. Tans
Nature, 445, 383-386 (25 January 2007) | doi:10.1038/nature05451

Abstract: “Quando tentando entender a evolução [SIC], nós tradicionalmente confiamos na análise de resultados evolutivos, apesar do fato de que intermediários não vistos [SIC ULTRA PLUS] determinam o seu curso. Um bom número de estudos recentes [SIC] começou a explorar essas formas evolutivas intermediárias, que podem ser reconstruídas no laboratório. Com esta primeira busca em cenários evolutivos empíricos [SIC ULTRA PLUS], nós podemos agora [SIC ULTRA PLUS] começar perguntando por quais caminhos evolutivos particulares são tomados”. [2]

NOTAS

[1] Um minuto para o comercial e desafio para os leitores deste blog: a Jorge Zahar Editor tem um patamar de, se não me engano, 300 exemplares/ano para que uma obra seja reeditada. Desafio os leitores a adquirirem este livro responsável pelo surgimento do Design Inteligente no Brasil, para que a Zahar reedite este livro tão importante que deveria estar em todas as bibliotecas de nossas universidades públicas e privadas.

[2] Empirical fitness landscapes reveal accessible evolutionary paths
Frank J. Poelwijk, Daniel J. Kiviet, Daniel M. Weinreich and Sander J. Tans
Nature, 445, 383-386 (25 January 2007) | doi:10.1038/nature05451

Abstract: When attempting to understand evolution, we traditionally rely on analysing evolutionary outcomes, despite the fact that unseen intermediates determine its course. A handful of recent studies has begun to explore these intermediate evolutionary forms, which can be reconstructed in the laboratory. With this first view on empirical evolutionary landscapes, we can now finally start asking why particular evolutionary paths are taken.

NOTA BENE: Todos os SIC e SIC ULTRA e SIC ULTRA PLUS foram adicionados por este blogger para realçar que o fato, Fato, FATO da teoria geral da evolução não é assim uma Brastemp, e nem está, como dizem ad nauseam, realmente cientificamente ‘demonstrado’ assim como a lei da gravidade e a esfericidade da Terra.

Há muitas lacunas de evidências evolutivas não preenchidas que a ‘razão darwinista’ desconhece. Intencionalmente...

Bioturbação: Vruuum, vruuum, Kabóiiinnn, Presto: Explosão Cambriana!

domingo, janeiro 28, 2007

Gente, aquele grande problema insolúvel do abrupto surgimento de vida tão carinhosamente chamado de “Explosão Cambriana” foi finalmente esclarecido: o mecanismo evolutivo responsável foi a bioturbação!

Num artigo a ser publicado na Trends in Ecology and Evolution, Filip J.R. Meysman, Jack J. Middelburg e Carlo H.R. Heip, pesquisadores do Netherlands Institute of Ecology, sugerem que a bioturbação dos sedimentos teve um papel importante na explosão Cambriana.

Bioturbação, oops, engenharia do ecossistema é mais chique, quem diria, hein? Poderoso mecanismo evolutivo — Vruuum, vruuum, Kabóiiiinnn [Calvin e Hobbes], Presto: Explosão Cambriana!
“Bioturbation: a fresh look at Darwin’s last idea” [PDF]

Francis Collins e a ‘lógica do crioulo doido’ na revista VEJA: a Operação ‘Cavalo de Tróia’ em ação. Parte 3 de 3

sexta-feira, janeiro 26, 2007

Eu vou tentar discorrer na parte mais subjetiva e ardilosa das perguntas feitas a Francis Collins sobre a sua subjetividade religiosa na entrevista de Gabriela Carelli.

A pergunta ‘Qual é a sua leitura da Bíblia’ era para a jornalista ter certeza em que topos epistêmico Collins poderia ser enquadrado — liberal ou ‘fundamentalista’. A Bíblia, como qualquer outro documento literário — o Origem das Espécies inclusive — pode ser lido e interpretado de várias maneiras: literal, figurativamente. O contexto literário é que determina a interpretação do texto.

Concordo com Collins de que há perigo de uma interpretação de textos de tradições religiosas terem uma única interpretação. Só que Agostinho é uma entre muitas vozes dentro da tradição cristã. Há quem pense o contrário de Agostinho, mas Collins saiu pela tangente.

Uma boa pergunta a Collins seria: ‘Como o sr. lê o Origem das Espécies?’ Ernst Mayr disse que o livro era muito confuso, e que a proposta de Darwin em explicar ‘a origem das espécies’ não surge em suas páginas. A leitura da ‘Bíblia da Evolução’ deve ser ‘literal’ ou ‘figurativa’? Como deve ser aceito ‘o dogma da transmutação’? Pela fé? Ou empiricamente confirmado? Afinal de contas, EMPIRICA, EMPIRICE TRATANDA — Das coisas empíricas, devem ser empiricamente consideradas!

Como Galileu, eu entendo que a Bíblia não como um livro científico — isto é, não diz como vão os céus, mas como se vai para o céu. Mas, é preciso mencionar que muitos dos fatos históricos bíblicos aqui e ali são confirmados pela arqueologia. As pedras confirmam os relatos do livro da tradição judaico-cristã, mas essas mesmas pedras continuam aqui e ali dizendo um sonoro NÃO às especulações transformistas de Darwin desde 1859. Essa é a leitura ‘literal’ que encontramos na literatura especializada. E também nas pedras... Que disparidade!

Não estou aqui esposando crença quanto à duração dos dias da criação — 6 dias de 24 horas, como se isso fosse um tremenda dificuldade para um Deus onipotente. Faço o raciocínio só para os ateus, agnósticos e céticos pensarem um pouco mais seriamente com os seus botões epistêmicos — uma leitura objetiva e desapaixonada da Bíblia vai mostrar muitos daqueles ‘milagres’ ocorrendo ‘instantaneamente’: água em vinho é um entre muitos que me vem à mente.

Até parece que a divindade, e aqui peço licença de mencionar o Nome, Deus se limitou, se despiu de sua onipotência ao relatar o ‘creatio ex-nihilo’ como tendo durado apenas 144 horas, quando poderia tê-lo feito como nas outras instâncias — VAPT, VUPT, instantaneamente! Isso na teologia cristã é chamado de ‘κενόσις’.
Collins se esqueceu de mencionar que as descobertas fundamentais da geologia, da cosmologia, da física, da química e da biologia, são revistas e descartadas quando novas evidências surgem contra ‘o consenso científico’. Hoje, o catastrofismo já não é mais tabu em geologia. Collins parece que não lê muito nesta área.

A pergunta ‘O senhor acredita na Ressurreição?’, é o mesmo que perguntar ‘O senhor acredita no invisível?’, ‘O senhor acredita em muliversos?’. Interessante, assisti em SP em 2006 um documentário sobre Mário Schemberg, e fiquei pasmo com a afirmação escatológica daquele grande físico brasileiro: “O invisível é que é real”, e que esse tipo de pergunta deveria ser permitido ser feita na Academia. Uau, há perguntas que não podem ser feitas na Academia! Imagina então afirmar que o invisível é que real! Até onde eu sei, Schemberg, judeu, era ateu e materialista, mas que permitia idéias assim serem discutidas na Academia. Pena que Schemberg não está mais conosco.

Gabriela Carelli perguntou depois se não era uma contradição um cientista acreditar em ‘dogmas e milagres’. Ora, Gabriela, hoje o que mais os cientistas acreditam é em ‘dogmas’ e ‘milagres’. O dogma central em biologia é a teoria geral da evolução, e o milagre é a seleção natural e os mecanismos evolutivos de A a Z agirem ao longo de longos períodos de tempo. Isso é ‘aceito pela fé’, oops a priori é mais chique, mas está no mesmo patamar heurístico — os materialistas estão cada vez mais falando como os criacionistas: não vimos e nem podemos ver esses eventos únicos acontecerem, mas os cientistas disseram que foi assim e ponto final.

Logo, um cientista teísta ou ateu acreditar em dogmas e milagres depende de como essas palavras são definidas pelos topos epistêmico e o nexus lingüístico dos interlocutores: faz parte do jogo. A definição de Deus dada por Collins, me desculpem os seus fãs cristãos e ateístas, é heterodoxa: está mais para ‘deísta’ do que ‘teísta’.

Chegamos à parte da entrevista que chamo de ‘Operação Cavalo de Tróia em ação’ — a tentativa dos darwinistas cooptarem os de concepções religiosas aceitarem as teorias de Darwin e Deus ao mesmo tempo.

Instado se é possível acreditar nas teorias de Darwin e em Deus ao mesmo tempo, Collins respondeu prontamente: “Com certeza”. O que mais me impressiona em Collins, é que ele se arroga conhecer a mente divina: “Se no começo dos tempos Deus escolheu usar o mecanismo da evolução para criar a diversidade de vida que existe no planeta, para produzir criaturas que à sua imagem tenham livre-arbítrio, alma e capacidade de discernir entre o bem e o mal, quem somos nós para dizer que ele não deveria ter criado o mundo dessa forma?”

Eu não conheço, e ninguém conhece a mente de Deus, se bem que Stephen Hawking disse ser possível, mas nós conhecemos a mente de Darwin — a idéia central da seleção natural é demonstrar como que aparência de design pode emergir de mudanças aleatórias sem design intencional ou ajuda externa: ‘Se eu fosse convencido de que eu precisaria de tais adições à teoria da seleção natural, eu rejeitaria isso como lixo’ [Não consigo lembrar a citação exata, mas é uma das cartas de Darwin a Lyell].
Assim como nós conhecemos também a mente de alguns darwinistas como George Gaylord Simpson: ‘Portanto, o homem é o resultado de processos naturais sem propósito que não o tinham em mente’ [The Meaning of Evolution, ed. rev. New Haven, Yale University Press, 1967, p. 345].

Onde será que Collins estudou Lógica? Darwin, que propôs a teoria geral da evolução disse que não precisa de ajuda externa. Os discípulos ortodoxos dizem que os processos naturais não tinham o homem em mente. Então, alguém me ajude aqui que estou tendo uma apoplexia lógica, como é então que esse Deus pode ‘guiar’ um processo que não é guiado e atélico conforme proposto por Darwin?

O problema do altruísmo — geneticamente definido como comportamento autodestrutivo realizado em favor de outros membros da espécie — é incompatível para o darwinismo não porque esse fenômeno seja encontrado apenas entre os humanos. Darwin disse que a seleção natural nada faria para produzir qualquer modificação numa espécie exclusivamente para o benefício de outra espécie.

Para complicar ainda mais a questão, se o altruísmo [um componente genético da natureza humana?] não se originou com a seleção natural, a teoria geral da evolução está em dificuldades [Obrigado, Gould], pois se os argumentos a favor do altruísmo forem corretos, os nossos muitos conceitos sobre seleção natural estão errados! [Obrigado, Dr. Prof. T. H. Frazetta, University of Illinois].

As idéias têm conseqüências, e as de Darwin podem sim serem usadas para difundir o ateísmo. Exemplo mor disso: o apóstolo ateu fundamentalista Richard Dawkins que se utiliza do darwinismo para propagar a fé do ateísmo numa cruzada mortal contra os de concepções religiosas. Tudo com um aval velado da Nomenklatura científica que nada faz para chamá-lo à chincha por usar indevidamente a nobre ciência darwinista na difusão de uma ideologia.

Quanto às muitas religiões serem contrárias ao uso de técnicas científicas que poderiam salvar vidas, como a do uso de células-tronco, Gabriela Carelli foi sutil em evitar a correta expressão — células-tronco embrionárias. Isso é intencional e diariamente feito na Grande Mídia para evitar chocar a opinião pública sobre a questão ética de se matar seres humanos. Francis Collins parece estar desinformado cientificamente sobre a questão: a suposta ‘miraculosidade onipotente’ das células-tronco embrionárias é uma gigantesca ‘nota promissória’ que os cientistas querem que os cidadãos comuns endossem por eles.

A posição de Collins nessa polêmica é dúbia — ele ataca os de concepções religiosas por serem contra a utilização de embriões humanos para uma terapia que ainda está no imaginário dos cientistas. Por outro lado, ele defende os teístas, afirmando que a clonagem humana é uma fronteira que a ciência não deve transpor. Onde foi mesmo que Collins estudou Lógica? O que é a terapia usando as células-tronco embrionárias? Não é clonagem humana? É o quê então?

Além disso, os radicais defensores dessa nova forma de Holocausto, não ousam dizer para o público leigo que o tratamento utilizando as células-tronco embrionárias será um tratamento médico não universal, e somente para os muito, mas muito ricos. Explico — hoje para se obter uma linhagem de células-tronco são necessários em torno de 260 óvulos. Um óvulo no mercado internacional para ser removido através de cirurgia invasiva custa em torno de US$ 4.000,00. Total: US$ 1.040.000,00 (Um milhão e quarenta mil dólares). Fora as despesas com os médicos, enfermeiras, laboratório. Não há no mundo INSS ou SUS que agüente um tratamento médico desses tão elitista.

Não são somente os geneticistas que são muitas vezes acusados de brincar de Deus. Os cientistas também. Há perigo nisso? Sim, porque os cientistas depois não têm controle sobre suas descobertas. Prova disso — a física nuclear que terminou gerando o horror de Hiroshima e Nagasaki. O público desconhecia da gravidade dessa linha de pesquisa científica. Somente os cientistas é que se posicionaram contra, mas mesmo assim cooperaram com o governo dos Estados Unidos por temerem que os alemães conseguissem a bomba atômica primeiro. Foi usada como ‘instrumento de persuasão’ para a rendição do Japão.

Quem nos garante será diferente com a eugenia pós-moderna? Oops bioengenharia é mais chique. Collins disse ‘Nosotros somos la garantia’, mas é preciso mais, muito mais ceticismo localizado da sociedade. Somos nós que pagamos os salários dessa turma. Barnabés. É preciso sim haver mais debate e controle público sobre essas questões éticas de algumas pesquisas científicas. Eles não são deuses.

Gabriela Carelli fez uma pergunta escatológica a Collins: O senhor acredita que Deus ouve suas preces e as atende? Eu vou fazer aqui o papel de advogado do Diabo. Collins disse que nunca ouviu Deus falar. Se tivesse, estaria internado num hospício. Mas, ele mencionou que algumas pessoas ouviram. Collins, afinal de contas, Deus fala ou não fala, ouve ou não ouve as preces?

É comovente a definição subjetiva dele sobre a comunicação ‘crente’ e ‘Deus’: não é caminho para manipular as intenções de Deus, é uma forma de entrarmos em contato com Ele, e nesse processo, os ‘crentes’ aprendem coisas sobre eles mesmos e sobre as suas motivações.

Ainda no meu papel de advogado do Diabo vou definir aqui o que é ser ‘fundamentalista’ na pós-moderrnidade. Um fundamentalista é alguém que acredita na existência objetiva de Deus, nos textos sagrados como sendo revelatio ex Deo aos homens, que Deus fala, se relaciona e responde às preces de suas criaturas, e que suas injunções éticas têm jurisdição sobre os crentes. Por favor, me perdoem os que são cristãos, mas para mim o exemplo mor de fundamentalista é Jesus Cristo.

Eis como o relato sagrado dos que são cristãos descreve o angst de Jesus, o Fundamentalista, diante de uma situação profundamente humana e escatológica — a morte do seu amigo Lázaro:

‘E Jesus, levantando os olhos para o céu, disse: Pai, graças te dou porque me ouviste. Aliás, eu sabia que sempre me ouves, mas assim falei por causa da multidão presente, para que creiam que tu me enviaste. E, tendo dito isto, clamou em alta voz: Lázaro, vem para fora”. Evangelho de São João 11.41-43

NOTA BENE: Os que não conhecem a História da Ciência estão condenados a repeti-la (Santayana???). Não se esqueçam de St. George Jackson Mivart (1827-1900), ele foi o primeiro evolucionista teísta expulso do círculo darwinista por razões científicas e extracientíficas. Essa tentativa dos darwinistas em cooptar os de concepções teístas para a Igreja de Darwin está fadada a repetir a história: é possível ser darwinista e teísta, mas um teísta não pode ser darwinista. A História da Ciência já demonstrou isso em 1871.

EXTRA! EXTRA! Por essa Darwin não esperava: Lamarck redivivus

quinta-feira, janeiro 25, 2007

Fiquei surpreso com o intrigante artigo Biology’s next revolution [A próxima revolução da biologia] de Nigel Goldenfeld [1] e Carl Woese [2], publicado online na revista Nature 445, 369 (25 de janeiro de 2007) | doi:10.1038/445369ª no dia 24 de janeiro de 2007.

Mais surpreso mesmo eu fiquei com a abertura do artigo:

“A figura emergente de micróbios como coletivos de troca de genes exige uma revisão de tais conceitos como organismo, espécies e a própria evolução”. [3]

Caracas, meu! Nota bene: exige uma revisão daqueles conceitos e da própria evolução. Um momento, parem o bonde darwiniano que eu quero descer! Eu fui, você foi, nós fomos, e os atuais alunos do ensino médio e universitário continuam sendo doutrinados, oops, ensinados que a evolução é um fato, Fato, FATO científico inquestionavelmente estabelecido assim como a Terra é redonda e a lei da gravidade funciona aqui e em qualquer parte do universo, e agora vem esse Goldenfeld e um tal de Woese dizer que diante dessas evidência é mister rever a evolução??? Porpeta, meu, esses ‘caras’ estão em maus lençóis maranhenses, oops darwinianos...

O que nos doutrinaram, oops ensinaram está se mostrando cada vez mais FALSO — a evolução REALMENTE é um fato, Fato, FATO científico que ainda não foi satisfatoriamente estabelecido. Desde o tempo de Darwin... Mas, gafanhoto, o que são apenas quase 150 anos diante das vastas eras cósmicas necessárias para que o fato, Fato, FATO da evolução ocorra? [Mestre Yoda].

Os autores destacam que os padrões mais fundamentais de descoberta científica é a revolução no pensamento que acompanha um novo corpo de dados: a astronomia baseada em satélites durante a década passada derrubou as nossas mais queridas idéias de cosmologia, especialmente aquela relativas ao tamanho, dinêmica e composição do universo.

Trocado em miúdos, Goldenfeld e Woese estão subliminarmente dizendo que a Astrofísica [uma ciência mais exata do que a Biologia evolutiva] derrubou as antigas idéias científicas do paradigma dominante. Eles têm esperança de que isso também ocorra em Biologia evolutiva.

Razão? É a convergência de ‘novas idéias teóricas’ em evolução bem como a AVALANCHE de dados genômicos que, segundo os autores, ‘irão alterar PROFUNDAMENTE o nosso entendimento da biosfera — e provavelmente vai resultar na revisão de conceitos tais como espécies, organismo e evolução’. Uau, eu fiquei pulando de alegria — o anta do Enézio, o simples professorzinho do ensino médio, tradutor científico, crente da Terra plana, e otras cositas mais, sendo vindicado por dois cientistas de renome. E artigo publicado na não menos famosa revista científica Nature!

No artigo “Biology’s next revolution” [A próxima revolução da biologia] Goldenfeld e Woese explicam por que eles predizem essa dramática transformação, e por que acreditam que o REDUCIONISMO MOLECULAR que dominou a biologia do século 20 vais ser suplantada por uma abordagem interdisciplinária que abrange fenômenos coletivos. Porca miseria, meu, vamos dar adeus à tese ‘Dawkins-gene-egoísta’???

E onde começa essa revolução biológica? Ela começa na área do ‘horizontal gene transfer’ — transferência lateral de gene (HGT), a transferência não genealógica de material genético de um organismo para o outro — por exemplo, de uma bactéria para outra, ou de vírus para bactérias.

Goldenfeld e Woese destacam que a HGT é muito difundida e poderosa em micróbios. Exemplo: a aceleração da resistência antibiótica. Segundo os autores, devido à HGT, não é uma boa comparação considerar os micróbios como organismos dominados por características individuais. Razão? As comunicações ali realizadas pelos canais genéticos indicam que o comportamento microbiano deve ser entendido como predominantemente cooperativo.

Na natureza, os micróbios formam comunidades, invadem os nichos bioquímicos e participam de ciclos biogeoquímicos. Goldenfeld e Woese salientam que pesquisas disponíveis indicam fortemente que os micróbios absorvem e descartam genes quando necessário, em resposta ao seu ambiente. Em vez de genomas separados, o que se vê é um continuum de possibilidades genômicas. Isso, segundo os autores, levanta dúvida sobre A VALIDADE DO CONCEITO DE ‘ESPÉCIE’ quando estendido à esfera microbiana.

Agüenta firma que lá vem míssil Exocet epistemológico sobre a casamata darwinista: os micróbios, os mascotes da evolução darwinista, vão assistir à evolução da sua nomenclatura como espécie??? Calma aí, galera ultradarwinista, meninos de Darwin. Goldenfeld e Woese explicam que isso se faz necessário devido à INUTILIDADE do conceito de espécie diante das recentes incursões em metagenômica — o estudo de genomas recuperados de amostras naturais em contraposição às culturas clonais. Um exemplo que eles destacam são os estudos da distribuição espacial dos genes de rodopsina em micróbios marinhos sugerindo que eles são genes ‘cosmopolitanos’ vagando entre as bactérias (ou arquéia) conforme dita a pressão ambiental.

Atenção ambientalistas, boas novas interessantes — Goldenfeld e Woese afirmam que os vírus têm um papel fundamental na biosfera, tanto nos sentidos evolutivos imediatos e de longo termo: os vírus seriam uma espécie de depósito e memória importantes da informação genética de uma população. Isso contribuiria para a dinâmica e estabilidade evolutivas do sistema. A destruição da célula e a replicação viral é um mecanismo poderoso para dispersão do hospedeiro e dos genes viróticos.

Segundo os autores, está ficando claro que os micro-organismos têm uma capacidade impressionante de RECONSTRUÍREM [SIC – INTELIGÊNCIA???] os seus genomas diante de estresses ambientais horrendos, e que em alguns casos as suas interações coletivas com os vírus podem ser crucial para isso. Diante de tal situação, eles se perguntam, qula é a validade do conceito de um organismo isolado? O eu parece haver é uma continuidade de fluxo de energia e transferência de informação de um genoma através das células, da comunidade, da viroesfera e do ambiente. Eles vão mais além ao sugerirem que a definição característica de vida é a forte dependência no fluxo do ambiente — seja energia, elementos químicos, metabólitos ou genes.

Trocado em graúdos, o que tudo isso implica? Segundo Goldenfeld e Woese, em nenhum outro lugar da ciência as implicações dos fenômenos coletivos, mediados por HGT, tão difundidos e importantes do que na EVOLUÇÃO. A biologia, apesar de muitos cientistas baterem os pés feitos meninos fazendo birra e negando o fato, é hoje uma ciência de informação. Os autores sabem disso e usaram a analogia do cientista de computação [lembra do Bill Gates? O DNA é um software muito mais complexo do que qualquer software que nós inventamos???] nomeando o aparato de tradução da célula (usado para converter a informação genética em proteínas) de ‘sistema operacional’ [argh, isso é como cometer um assassinato!] através do qual toda a inovação é comunicada e realizada.

Durma-se com um barulho desses teleológicos [argh, isso é como cometer um genocídio!] — o papel fundamental da tradução, representada em particular pelo código genético, é demonstrado através da claramente otimização documentada do código. Uau, como que a seleção natural e outros mecanismos evolutivos de A a Z puderam ‘vislumbrar’ tamanha teleologia. Eles leram Behe e Dembski há bilhões de anos atrás!!!

Não vou falar, não vou falar, não vou falar! Vou falar!!! Antes, examine o seu coração, a pressão, sente-se numa cadeira bem confortável, respire bem fundo, veja se a sua apólice de seguro de vida está em dia, se as dívidas estão todas pagas, se não há nada para se desculpar. Está de bem com a vida?

O papel especial do código genético em qualquer forma de vida, segundo Goldenfeld e Woese leva à surpreendente predição de que a vida primeva evoluiu de modo lamarckiano, com a descendência vertical marginalizada pelas formas primevas mais poderosas de HGT. Por essa Darwin não esperava: Lamarck redivivus!

Agora o bicho vai pegar forte, oops, os autores vão trazer as suas ilações a um nível mais desafiador. Segundo eles, um refinamento através do compartilhamento horizontal de inovações genéticas teria detonado uma explosão de novidade genética, até que o nível de complexidade exigiu uma transição até a era atual de evolução vertical. Trocando em miúdos e graúdos, os autores LAMENTAM a CONCATENAÇÃO CONVENCIONAL DO NOME DE DARWIN COM A EVOLUÇÃO porque outras modalidades também devem ser consideradas [argh! isso é como cometer uma blasfêmia!!!]. Será que dá para o Design Inteligente ser agora considerado com mais seriedade pela Nomenklatura científica e pela Grande Mídia Tupiniquim???

Goldenfeld e Woese entendem que hoje é um tempo extraordinário para a biologia, porque a perspectiva que eles indicaram coloca a biologia num contexto que deve envolver necessariamente outras disciplinas que se apercebem mais da importância dos fenômenos coletivos. Quer dizer, vocês vão ter sair da redoma, da torre de marfim e enfrentar a realidade das evidências encontradas na natureza. E dizer o que elas dizem.

Além disso, eles salientaram que as perguntas sugeridas pela energia genérica, a informação e o fluxo de gene que eles aludiram, provavelmente vão requerer resolução no espírito da mecânica estatística e na teoria dos sistemas dinâmicos. E o que ciência qua ciência ganah com isso? É que com o tempo, a atual abordagem de modelação post-hoc será SUBSTITUÍDA pela atuação recíproca entre a predição quantitativa e teste experimental que, para ciúme dos biólogos, hoje em dia é mais característica das ciências físicas. EMPIRICA, EMPIRICE TRATANDA! Das coisas empíricas, considerações empíricas! Nada de ‘just-so-stories’ [estórias da carochinha — Gould]!

Goldenfeld e Woese destacaram que algumas vezes a linguagem expressa a ignorância em vez de conhecimento. Exemplo? A palavra ‘procarioto’, agora suplantada pelos termos arquéia e bactéria. Os autores predizem que na biologia, novos conceitos vão exigir uma nova linguagem [teleológica???], baseada na matemática [teoria da probabilidade ou da informação – Dembski vindicado?] e nas descobertas emergindo dos dados que eles deram destaque no seu artigo.

Interessante a citação com a qual concluíram seu artigo. Durante uma revolução científica anterior, Antoine Lavoisier observou que o progresso científico, como a evolução, deve superar um desafio de comunicação: “Nós não podemos incrementar a linguagem de qualquer ciência sem que ao mesmo tempo incrementar a própria ciência; nem nós podemos, do outro lado, incrementar a ciência sem incrementar a linguagem ou a nomenclatura que lhe pertence". A Biologia, concluem os autores, está para enfrentar esse desafio.

Se algumas crenças darwinistas ortodoxas estão erradas, alguém pode muito bem perguntar — e o que está certo? Considerando-se a liberalidade epistemológica de Goldenfeld e Woese, o Design Inteligente se apresenta como uma possibilidade para qualquer investigador não preconceituoso.

E ainda têm a cara de pau de dizer que a teoria da evolução não está em crise, não exige revisão, muito menos descarte ou mudança de paradigma. Em que mundo vocês vivem? Em Darwinlândia? Vamos esperar para ver qual ‘revelação inspirada’ os sacerdotes de Darwin com os seus oráculos irão nos apresentar dessa vez no dia 12 de fevereiro de 2007 e em 2009.

[1] Nigel Goldenfeld, Department of Physics and Institute for Genomic Biology, University of Illinois at Urbana-Champaign, 1110 West Green Street, Urbana, Illinois 61801, USA.

[2] Carl Woese, Department of Microbiology and Institute for Genomic Biology, 601 South Goodwin Avenue, Urbana, Illinois 61801, USA

[3] “The emerging picture of microbes as gene-swapping collectives demands a revision of such concepts as organism, species and evolution itself”

Leitura subsidiária
Frigaard, N., Martinez, A., Mincer, T. & DeLong, E. Nature 439, 847–850 (2006).

Sullivan, M. et al. PLoS Biol. 4, e234 (2006).

Pedulla, M. et al. Cell 113, 171–182 (2003).

Vetsigian, K., Woese, C. & Goldenfeld, N. Proc. Natl Acad. Sci. USA 103, 10696–10701 (2006).

O tamanho da tendência do debate mundial ‘Darwin e Design Inteligente’ por meios não oficiais

quarta-feira, janeiro 24, 2007

Ziraldo, cartunista e escritor brasileiro de grande perspicácia, disse ser possível conhecer a verdade através de ‘meios não oficiais’. Nada mais verossímil. Os mapas abaixo revelam: o tamanho da audiência indica haver um interesse no atual debate ‘Darwin e Design Inteligente’. Esses leitores estão ganhando acesso à verdade da tendência do debate por meios não oficiais: a Internet.

A audiência é de somente dois sites, um nos Estados Unidos e o outro no Brasil. Clique nos links para uma melhor visualização:


http://clustrmaps.com/counter/maps.php?url=http://www.arn.org


http://clustrmaps.com/counter/maps.php?url=http://pos-darwinista.blogspot.com

No artigo A tendência do debate ‘Darwin e Design Inteligente’ na Folha de São Paulo: não há debate! a frase em francês Chassez la verité, elle revient au galop, oops au tsunami! significa: Expulsem a verdade, ela virá a galope, oops no tsunami!

A Grande Mídia em Pindorama teima não enxergar isso. Por razões que nós sabemos e aqui pontuamos: uma relação incestuosa com a Nomenklatura científica. E eles se acham ‘livres pensadores’, objetivos e não atrelados a nenhuma agenda, e otras cositas mais. Nada mais falso. A agenda é ideológica [naturalismo filosófico] de ambas as partes.

Francis Collins e a ‘lógica do crioulo doido’ na revista VEJA: a Operação ‘Cavalo de Tróia’ em ação. Parte 2 de 3

Gabriela Carelli menciona corretamente que Collins pertence a uma estirpe rara de cientistas comprometidos com a investigação do mundo natural sem o impedimento da profissão da fé religiosa. Desde quando acreditar ou não em Deus é condição sine qua non para ser um bom cientista? O que qualifica um bom cientista é seguir as evidências, não importa aonde elas forem dar. Ser ateu ou teísta é um apêndice insignificante à prática da ciência normal.

A reação de Collins às críticas de seus colegas ateus é compreensível. Isso também acontece amiúde na Nomenklatura científica em Pindorama. O que Collins relata no seu livro The Language of God (A Linguagem de Deus) é a sua experiência subjetiva religiosa cristã. Collins, ex-ateu se revela um cristão heterodoxo – está mais para deísta do que teísta. Ao narrar as suas dificuldades que enfrentou no meio acadêmico ao revelar sua fé, é o que tenho denunciado aqui em relação ao que acontece com alunos e professores em nossas universidades públicas e privadas: inquisição sem fogueiras, ‘patrulhamento ideológico’, e às vezes até a execração pública pelos rotweillers ateus de Darwin.

Por que eu bato aqui nessa turma sem dó nem piedade? É porque eu fui ateu e sei do que estou falando. Os ateus pós-modernos são intransigentes e fundamentalistas. Bato neles porque não admitem outros discursos. Seja na Nomenklatura científica ou na Grande Mídia. Bato neles para a promoção de se respirar a liberdade nos debates de idéias em nossos campi e na mídia. Eles é que são pessoas execráveis. Não tenho medo dessa ‘raça superior’.

Ao afirmar que as sociedades precisam tanto da ciência como da religião porque elas não são incompatíveis, mas complementares, Collins cai no princípio NOMA proposto por Stephen Jay Gould de que não deveria haver conflito entre a ciência e a religião:

“porque cada área tem um magistério legítimo, ou domínio de ensino com autoridade —e esses magistérios não se sobrepõem (o princípio que eu quero designar de NOMA, ou ‘magistérios não sobrepostos’). A rede da ciência cobre o universo empírico... A rede da religião se estende sobre as questões de significado e valor moral”. [1]

Traduzido em miúdos: o mundo da realidade objetiva pertence à ciência enquanto que a religião fica confinada à área dos sentimentos subjetivos e da imaginação. A NOMA de Gould é um convite para os teístas se renderem definitivamente —somente a ciência define a realidade. Ponto final.

Quando Collins afirma que a ciência e a religião são complementares, ele demonstra que já se rendeu à NOMA de Gould: a ciência e a religião são duas formas de verdade diferentes, separadas, mas complementares. Seriam iguais? A concepção religiosa cristã que Collins diz ser persuadido afirma: “No princípio Deus criou os céus e a Terra” [2] Gould persuadido pelas teses darwinistas escreveu: “A biologia tirou o nosso status de modelos criados à imagem de Deus”. [3]

Onde está a verdade? A NOMA de Gould é ilógica, pois a evolução não é incompatível com a religião, desde que esta religião seja a evolução.

A entrevista segue com Collins descrevendo sua conversão de ateísmo insolente ao cristianismo, e o que fez mudar suas convicções:

“Houve um período em minha vida em que era conveniente não acreditar em Deus. Eu era jovem, e a física, a química e a matemática pareciam ter todas as respostas para os mistérios da vida. Reduzir tudo a equações era uma forma de exercer total controle sobre meu mundo. Percebi que a ciência não substitui a religião quando ingressei na faculdade de medicina. Vi pessoas sofrendo de males terríveis. Uma delas, depois de me contar sobre sua fé e como conseguia forças para lutar contra a doença, perguntou-me em que eu acreditava. Disse a ela que não acreditava em nada. Pareceu-me uma resposta vaga, uma frase feita de um cientista ingênuo que se achava capaz de tirar conclusões sobre um assunto tão profundo e negar a evidência de que existe algo maior do que equações. Eu tinha 27 anos. Não passava de um rapaz insolente. Estava negando a possibilidade de haver algo capaz de explicar questões para as quais nunca encontramos respostas, mas que movem o mundo e fazem as pessoas superar desafios”.

As questões para as quais Collins não encontrava respostas eram questões filosóficas que transcendem a ciência, que fazem parte da existência humana. Ele considera a visão dos cientistas ateus como uma visão empobrecida sobre perguntas que todos os humanos fazem diariamente: “O que acontece depois da morte?” ou “Qual é o motivo de eu estar aqui?”.

Diferentemente de Dawkins que recentemente assinou uma petição pedindo a proibição do ensino de religião aos menores de 16 anos pelos pais [depois voltou atrás devido à pressão da opinião pública], Collins afirma que não é certo negar aos seres humanos o direito de acreditar na cosmovisão das concepções religiosas, que esse lado filosófico da fé é uma das facetas mais importantes da religião, e que a busca por Deus sempre esteve presente na história e foi necessária para o progresso.

Ele lembrou ainda que as civilizações que tentaram recentemente suprimir a fé e justificar a vida exclusivamente por meio da ciência (a União Soviética de Stalin e a China de Mão) falharam. Para Collins, nós precisamos da ciência para entender o mundo e usar esse conhecimento para melhorar as condições humanas, mas a ciência deve permanecer em silêncio nos assuntos espirituais.

Destaco aqui a pergunta inteligente de Gabriela Carelli e a resposta de Francis Collins:

Veja – A maioria dos cientistas argumenta que a crença em Deus é irracional e incompatível com as descobertas científicas. O zoólogo Richard Dawkins, com quem o senhor trava um embate filosófico sobre o tema, diz que a religião é a válvula de escape do homem, o vírus da mente. Como o senhor responde a isso?

Collins – Essa perspectiva de Dawkins é cheia de presunção. Eu acredito que o ateísmo é a mais irracional das escolhas. Os cientistas ateus, que acreditam apenas na teoria da evolução e negam todo o resto, sofrem de excesso de confiança. Na visão desses cientistas, hoje adquirimos tanta sabedoria a respeito da evolução e de como a vida se formou que simplesmente não precisamos mais de Deus. O que deve ficar claro é que as sociedades necessitam tanto da religião como da ciência. Elas não são incompatíveis, mas sim complementares. A ciência investiga o mundo natural. Deus pertence a outra esfera. Deus está fora do mundo natural. Usar as ferramentas da ciência para discutir religião é uma atitude imprópria e equivocada. No ano passado foram lançados vários livros de cientistas renomados, como Dawkins, Daniel Dennett e Sam Harris, que atacam a religião sem nenhum propósito. É uma ofensa àqueles que têm fé e respeitam a ciência. Em vez de blasfemarem, esses cientistas deveriam trabalhar para elucidar os mistérios que ainda existem. É o que nos cabe”.

>>> Somente um comentário: Por todas as medidas científicas objetivas, Collins é um cientista muito melhor do que alguém como Daniel Dennett, Richard Dawkins e Sam Harris. Mas, será que Sam Harris, um judeu ateu, é de fato um cientista renomado???
Vide a biografia de Sam Harris pelo próprio http://www.samharris.org/site/about: Ele é formado em Filosofia pela Stanford University, e estudou as tradições religiosas orientais e ocidentais, bem como uma variedade de disciplinas de contemplação por vinte anos. O sr. Harris está completando um doutorado em neurociência.

Sam Harris ainda estuda ‘religião’ e ciência:
http://www.huffingtonpost.com/sam-harris/a-contemplative-science_b_15024.html

Mas logo em seguida, a brilhante jornalista da VEJA ‘pisa na bola’ da História ao fazer a seguinte pergunta:

Veja – O senhor afirma que as sociedades precisam da religião, mas como justificar as barbaridades cometidas em nome de Deus através da história?

Collins – Apesar de tudo o que já aconteceu, coisas maravilhosas foram feitas em nome da religião. Pense em Madre Teresa de Calcutá ou em William Wilberforce, o cristão inglês que passou a vida lutando contra a escravatura. O problema é que a água pura da fé religiosa circula nas veias defeituosas e enferrujadas dos seres humanos, o que às vezes a torna turva. Isso não significa que os princípios estejam errados, apenas que determinadas pessoas usam esses princípios de forma inadequada para justificar suas ações. A religião é um veículo da fé – essa, sim, imprescindível para a humanidade.

>>> Gabriela, talvez você desconheça a existência do livro O Livro Negro do Comunismo que relata o genocídio praticado pelos ateus: mais de 100 milhões de pessoas foram mortas por uma ideologia que nega a existência de Deus. Além disso, que tal a VEJA abordar isso numa reportagem histórica especial? Afinal de contas, os ateus mataram muito mais pessoas do que todas as guerras religiosamente motivadas. Eu se fosse ateu, enfiava a viola no saco, e não argumentava mais assim.

Veja – O senhor diz que a ciência e a religião convergem, mas devem ser tratadas separadamente. Como vê o movimento do "design inteligente", em que cientistas usam a religião para explicar fatos da natureza que permanecem um mistério para a ciência?

Collins – Essa abordagem é um grande erro. Os cientistas não podem cair na armadilha a que chamo de "lacuna divina". Lamento que o movimento do design inteligente tenha caído nessa cilada ao usar o argumento de que a evolução não explica estruturas tão complicadas como as células ou o olho humano. É dever de todos os cientistas, inclusive dos que têm fé, tentar encontrar explicações racionais para tudo o que existe. Todos os sistemas complexos citados pelo design inteligente – o mais citado é o "bacterial flagellum", um pequeno motor externo que permite à bactéria se mover nos líquidos – são um conjunto de trinta proteínas. Podemos juntar artificialmente essas trinta proteínas, que nada vai acontecer. Isso porque esses mecanismos se formaram gradualmente através do recrutamento de outros componentes. No curso de longos períodos de tempo, as máquinas moleculares se desenvolveram por meio do processo que Darwin vislumbrou, ou seja, a evolução.

>>> Esta parte nós já respondemos no blog “A revista VEJA, Gabriele Carelli e o Ctrl + Alt + Design Inteligente = religião”
http://pos-darwinista.blogspot.com/2007/01/revista-veja-gabriele-carelli-e-o-cntrl.html

Como se vê, Collins não é cristão ortodoxo, nem tampouco darwinista ortodoxo. Sua mais recente intervenção sobre essa questão de ‘complementaridade’ pode ser lida na revista Christianity Today: ele sugere o meio termo.

http://www.christianitytoday.com/ct/2007/january/32.62.html
Eu não queria estar na pele do Collins — ele vai levar chumbo de tudo quanto é lado. Mas, quem está na chuva é para se queimar (Vicente Matheus, saudoso presidente do meu Corinthians!).

NOTAS:

[1] “because each subject has a legitimate magisterium, or domain of teaching authority —and these magisteria do not overlap (the principle that I would like to designate NOMA, or ‘nonoverlapping magisteria’). The net of science covers the empirical universe... The net of religion extends over questions of moral meaning and value”. GOULD, Stephen Jay, “Nonoverlapping Magisteria”, in Natural History 106 (March 1997): 16-22. Estava disponível online em: http://www.stephenjaygould.or/library/gould_noma.html

[2] Gênesis 1.1

[3] “Biology took away our status as paragons created in the image of God”, in Ever Since Darwin, Nova York, Simons & Schuster, 1979, pp. 216-17.

A tendência do debate ‘Darwin e Design Inteligente’ na Folha de São Paulo: não há debate!

terça-feira, janeiro 23, 2007

Segundo Marcelo Beraba, a Folha de São Paulo editou 728 artigos na seção “Tendências/Debates” em 2006. Aquele é ‘o espaço nobre do jornal para a publicação de contribuições de intelectuais e especialistas... espaço onde a diversidade de analistas e pontos de vista tem de ter mais evidência’. [1]

Daqueles 728 artigos, 215 (cerca de 30%) abordaram a política nacional, 57 o judiciário, 47 a política internacional, 46 a economia, 45 a área social, 42 a educação, 41 a segurança pública, 29 discussões sobre gênero e etnia, 27 a saúde, 24 a religião, e 20 sobre a cultura.

Engraçado, nenhum sobre ciência. Especialmente o debate entre Darwin e o Design Inteligente. Desde 1998 destaco para os ombudsman da FSP as insuficiências epistêmicas fundamentais do neodarwinismo que demandam sua revisão ou simples descarte, e da teoria do Design Inteligente que se oferece como melhor explicação de alguns eventos no universo.

Não somos ouvidos. Somos sempre descaracterizados pelos outros. Onde então o princípio do pluralismo? Ora, o princípio do pluralismo que se dane. Marcelo Leite, da FSP, disse: “Não damos espaço”.

O Ziraldo ‘falou e disse’: conhecereis a verdade por meios não oficiais! Ele é a inspiração da minha paráfrase ousada e desafiadora abaixo:

“Conhecer por meios não oficiais a insuficiência epistêmica de uma teoria científica,* e a existência de teorias alternativas é a melhor maneira de o estudante entender por si mesmo como a Nomenklatura científica e a Grande Mídia tupiniquins intencional e diariamente subtraem essas informações do conhecimento público. Um violento atentado à sua cidadania – direito à informação, à sua formação acadêmica, e ao avanço da ciência. O nome disso é desonestidade acadêmica e jornalismo científico fajuto”. [2]

Ninguém pode esconder a verdade, nem impedi-la de circular livremente. Mesmo que momentaneamente amordaçada, aviltada, distorcida e estropiada, ela sempre vem à tona. Aos borbotões, como violento tsunami. Ai dos poderosos de plantão, dos guarda-cancelas epistemológicos, que fazem de tudo para suprimi-la injustamente dos demais. Serão varridos vergonhosamente para a lata do lixo histórico da ciência e do jornalismo. Não sentiremos saudades.

Chassez la verité, elle revient au galop, oops au tsunami! Mesmo que por meios não oficiais!

* Na física, as suas teorias científicas [suas leis são mais exatas] são livremente discutidas pela Academia e pela Grande Mídia. Suas teorias aqui e ali são revisadas e descartadas. Enquanto isso, na biologia [não tem leis exatas], o neodarwinismo não é discutido livremente e sem sanções na Academia e nem na Grande Mídia, mesmo sabendo que as suas insuficiências heurísticas já demandam simplesmente a sua revisão ou descarte desde 1980. Qual a razão disso? Impedimento científico ou ideológico?

[1] Folha de São Paulo, Brasil, 21/01/2007, p. A8

[2] “Conhecer por meios não oficiais a história de um país é a melhor maneira do cidadão entender não só a si mesmo como a sua relação com o país onde vive”. Ziraldo, cartunista e escritor brasileiro.

Francis Collins e a ‘lógica do crioulo doido’: a Operação ‘Cavalo de Tróia’ em ação. Parte 1 de 3

Eu não ia abordar neste blog (estritamente voltado para questões científicas) a questão de Francis Collins na sua subjetividade religiosa por entender que isso não impede alguém de fazer ciência qua ciência. O mesmo se aplica aos ateus e agnósticos. Tenho bons amigos ateus e agnósticos que são bons cientistas e bons jornalistas. Alguns deles fazem parte do Design Inteligente.

Todavia, eu não podia deixar escapar batido alguns aspectos de incongruências de lógica e da subjetividade religiosa conflitante na entrevista interessante de Francis Collins, famoso cientista americano, Ciência não exclui Deus, na revista VEJA Edição 1992, de 24 de janeiro de 2007, p. 11, 14,15, com a jornalista Gabriela Carelli.

A entrevista de Collins deve ser lida ‘cum granum salis’ e nas entrelinhas.

Realmente a ciência não exclui Deus, mas o naturalismo filosófico que posa como ciência exclui Deus, e os seus mais ardentes evangelistas como Dawkins, Dennett et al utilizam-se do naturalismo metodológico para avançarem uma agenda ideológica do neo-ateísmo com fervor fundamentalista, e com o aparente ‘nihil obstat’ e incentivo velado da Nomenklatura científica, mais a ampla divulgação da Grande Mídia com seus editoriais, editores e formadores de opinião. Uma relação inusitada já denunciada por este blogger no artigo Desnudando Darwin: ciência ou ideologia? ou A relação incestuosa da mídia brasileira com a Nomenklatura científica, publicado no Observatório da Imprensa em 1998.

A chamada da entrevista da revista VEJA revela a Operação ‘Cavalo de Tróia’ já em ação conforme alertada aqui neste blog em 2006:

“O biólogo que desvendou o genoma humano explica por que é possível aceitar as teorias de Darwin e ao mesmo tempo manter a fé religiosa”.

É a tentativa canhestra dos darwinistas de cooptarem os de concepções religiosas a aceitarem as especulações transformistas de Darwin sem nenhum detrimento à fé religiosa esposada. Nada mais falso. Darwin deve estar bufando e se revirando no seu aconchegante túmulo na Abadia de Westminster com os seus atuais discípulos heterodoxos.

Numa carta a Lyell, Darwin afirmou: “If I were convinced that I required such additions to the theory of natural selection, I would reject it as rubbish” [Se eu fosse convencido de que eu precisaria de tais adições à teoria da seleção natural, eu a rejeitaria como tolice]. Fui ateu e darwinista, estudo o darwinismo há muito tempo. Sei muito bem sobre o que estou escrevendo.
A proposição traduzida em miúdos: é possível ser darwinista e teísta. Será? Eu diria que sim, é possível ser darwinista e teísta, mas um teísta não pode ser darwinista pelas razões que o próprio Darwin exarou na sua teoria da seleção natural, e pelo que explanei nos seguintes blogues:

EXTRA! EXTRA! A estratégia "Cavalo de Tróia 2" da Nomenklatura científica

A estratégia 'Cavalo de Tróia' darwinista 2007-2009

A jornalista Gabriela Carelli talvez desconheça um fato importante em História e Teoria da Ciência: um biólogo evolucionista reconhecido pelos seus pares, membro da Royal Society por indicação de Thomas Huxley e recomendação de Charles Darwin, [argh, revelar isso publicamente na taba tupiniquim é como se eu estivesse cometendo um assassinato!!!] ao defender uma posição teísta evolucionista parecida com a de Francis Collins, foi expulso da elite darwinista nos anos 1860s: St. George Jackson Mivart (1827-1900). Depois ele foi excomungado e reabilitado mais tarde pela Igreja Católica.

E Francis Collins? Bem, Collins, apesar de ser um dos cientistas mais notáveis da atualidade, já não é mais visto com bons olhos pelos seus pares da Nomenklatura científica, que somente o suporta em razão de sua participação no Projeto Genoma – o mapeamento, e não o ‘desvendamento’ do genoma humano como inadvertidamente postulou Gabriela Carelli.
Craig Venter, diante da grande e extremamente complexa descoberta científica, e que dividiu as honras com Collins, disse diante do gigantesco desafio científico colocado agora pela complexidade do genoma humano: We know bullshit of biology! [Tirem as crianças da sala, por favor – Nós sabemos m - - - - de biologia].

Quanto a ser ‘o cientista que mais rastreou genes com vistas ao tratamento de doenças em todo o mundo’ cabe aqui divulgar algo que a Grande Mídia tupiniquim talvez nem saiba, muito menos seu leitores não especializados. Na p. 93 do seu livro The Language of God, Collins cita um poema que escreveu para uma criança com fibrose cística:

Ouse sonhar, ouse sonhar, Todos os nossos irmãos e irmãs respirando livremente, Sem temor, nossos corações imperturbados, Até que a história da fibrose cística seja história [1]

Mas como nós podemos relacionar o trabalho da equipe de Collins e as possibilidades de uma criança com fibrose cística pudesse ‘respirar livremente’? A única solução ‘científica’ que o trabalho de Collins e equipe conseguiu foi que tais crianças pudessem ser abortadas.


Explico: a única solução técnica potencialmente disponível é a fertilização in vitro, descartando-se em seguida os embriões humanos portadores do gene da fibrose cistíca! Realmente, dessa maneira a fibrose cística se tornou ‘história’, mas uma história genocida de eugenia! Pena de morte sem formação de culpa!

Não questiono aqui a sinceridade da subjetividade religiosa cristã de Collins porque há teístas e teístas, mas até onde eu sei, os verdadeiros cristãos não aprovam o assassinato de um embrião humano, pois a vida humana para eles começa na concepção (fertilização).

Com questões éticas tão sérias assim, teria sido melhor que Collins não tivesse se apresentado ao mundo como sendo um cristão. Teria sido melhor que o próprio Collins tivesse se declarado um deísta, porque darwinista ortodoxo ele já não é mais.

A revista VEJA, Gabriele Carelli e o Ctrl + Alt + Design Inteligente = religião

segunda-feira, janeiro 22, 2007

Um e-mail enviado ao Diretor de Redação de VEJA:

Ilmo. Sr.
Eurípides Alcântara
Diretor de Redação – VEJA

Prezado Sr.:
Interessante a entrevista de Francis Collins, famoso cientista americano, “Ciência não exclui Deus”, na revista VEJA Edição 1992, de 24 de janeiro de 2007, p. 11, 14,15, com a jornalista Gabriela Carelli.
http://veja.abril.com.br/240107/entrevista.html [Só para assinantes]

Pretendo abordar essa entrevista ponto a ponto ainda esta semana no meu blog. Contudo, é expediente lidar mais uma vez com a revista VEJA. Já destaquei aqui neste blog que todas as vezes que a VEJA e a Grande Mídia Tupiniquim abordam a questão da teoria do Design, todos os jornalistas científicos ou não parecem usar tão somente a macro Ctrl + Alt + Design Inteligente = religião. Além de não ouvirem o outro lado da questão. Eu já sugeri aos Srs. uma entrevista com Michael Behe e William Dembski há muito tempo.

O exemplo mais recente dessa nossa descaracterização se encontra na pergunta que sua jornalista Gabriela Carelli fez para Francis Collins:

Veja – O senhor diz que a ciência e a religião convergem, mas devem ser tratadas separadamente. Como vê o movimento do "design inteligente", em que cientistas usam a religião para explicar fatos da natureza que permanecem um mistério para a ciência?

>>> A sua repórter Gabriela Carelli, como toda a Grande Mídia Tupiniquim, reflete aqui a sua ignorância e má vontade sobre a teoria, o movimento e os cientistas que propõem e defendem a teoria do Design Inteligente. Os cientistas do DI como Michael Behe e William Dembski não usam ‘a religião para explicar fatos da natureza que permanecem um mistério para a ciência’. O que nós usamos são fatos tirados da natureza – complexidade irredutível de sistemas biológicos (Behe) e informação complexa especificada (Dembski). Argumentos científicos derivados da natureza. A teoria do Design Inteligente pode ter implicações teológicas, mas não depende disso para sua suficiência epistêmica.

A resposta de Collins é mais interessante ainda, e vamos respondê-la por partes:

Collins – Essa abordagem é um grande erro. Os cientistas não podem cair na armadilha a que chamo de "lacuna divina".

>>> O grande erro de todos os erros de Collins é ser um guarda-cancela epistemológico impedindo que perguntas sejam feitas na Academia. O design tem uma história desde os filósofos gregos antigos. Eles eram pagãos. A armadilha que os cientistas não podem colocar diante da sociedade que lhes paga os estudos e os salários é o que chamo de ‘notas promissórias epistemológicas’ que nunca são empiricamente resgatadas, ou agora carinhosamente de ‘lacuna darwiniana’.

Lamento que o movimento do design inteligente tenha caído nessa cilada ao usar o argumento de que a evolução não explica estruturas tão complicadas como as células ou o olho humano. É dever de todos os cientistas, inclusive dos que têm fé, tentar encontrar explicações racionais para tudo o que existe.

>>> Nós não caímos nessa cilada ao argumentarmos que ‘a evolução não explica estruturas tão complicadas como as células ou o olho humano’. Nós derivamos esses argumentos da literatura especializada da qual Collin tem amplo acesso. Nós nos propomos ‘encontrar explicações racionais para tudo o que existe’, mas entendemos que somente o acaso, a necessidade, as mutações filtradas pela seleção natural ou quaisquer outros mecanismos evolutivos, e causas naturais não explicam a origem e a evolução do universo e da vida. Tudo isso é melhor explicado por causas inteligentes. Essas causas inteligentes são empiricamente detectadas (Dembski).

Todos os sistemas complexos citados pelo design inteligente – o mais citado é o “bacterial flagellum”, um pequeno motor externo que permite à bactéria se mover nos líquidos – são um conjunto de trinta proteínas.

>>> O flagelo bacteriano, “bacterial flagellum” é mais chique, apesar de ser ‘um pequeno motor externo’, é considerado uma obra prima de engenharia que os nossos melhores cientistas ainda não conseguiram biomimetizar.

Realmente, nós podemos juntar artificialmente essas trinta proteínas, que nada vai acontecer. Isso porque esses mecanismos se formaram gradualmente através do recrutamento de outros componentes.

>>> Longe de mim dar aulas de biologia ou bioquímica a um Collins, mas a lógica dele é um samba do crioulo doido epistemológico. Realmente, juntar artificialmente essas proteínas em laboratório é possível e nada vai acontecer. Mas Collins se esqueceu de trazer no seu exemplo a sua bactéria e o flagelo bacteriano juntos. Como que esses mecanismos se formaram gradualmente é que os processos graduais darwinistas não dão conta. Collins sabe muito bem que sem uma das proteínas o flagelo bacteriano simplesmente não funciona. Não funcionando, a bactéria não sobrevive. Não sobrevivendo, não tem como levar adiante a sua descendência com modificação. A evolução coadaptiva não resolve o dilema de Darwin e agora de Collins.

No curso de longos períodos de tempo, as máquinas moleculares se desenvolveram por meio do processo que Darwin vislumbrou, ou seja, a evolução.

>>> Stephen Jay Gould chama isso de ‘just-so-stories’ – estórias da carochinha. Estas ‘just-so-stories’ têm os seguintes componentes: tempo, acaso, necessidade, evolução (um processo nunca descrito satisfatoriamente), e VAPT, VUPT, as maravilhosas máquinas moleculares se desenvolveram pelo processo evolutivo darwinista. Collins, o que nós do DI queremos saber é o COMO isso se deu. Michael Behe, no seu livro “A Caixa Preta de Darwin” (Rio de Janeiro, Zahar, 1997) afirma que não existe descrição de COMO isso se deu em toda a literatura científica.
Uma descrição maravilhosa da construção progressiva de um flagelo bacteriano pode ser vista aqui.

http://www.arn.org/docs/mm/flagellarassembly-l.mov

Melhor ainda – assista a um filme de 30 minutos da pesquisa sobre as descobertas que permitiram que o filme animado do flagelo bacteriano fosse feito. Esses pesquisadores japoneses não são ligados ao movimento do Design Inteligente:

http://www.nanonet.go.jp/english/mailmag/2004/files/011a.wmv

Com todo respeito, mas quando a sua revista VEJA e a Grande Mídia Nacional não nos concede espaço para expormos nossas idéias, quando não entrevista nossos maiores teóricos e expoentes como Michael Behe e William Dembski, o jornalismo praticado não é objetivo nem imparcial – simplesmente não é mais jornalismo. É acintosamente panfletário ideológico.

Atenciosamente,

Enézio E. de Almeida Filho
Coordenador - NBDI
Núcleo Brasileiro de Design Inteligente

O dia de Darwin e a deificação de Charles Darwin

Quando Darwin, o agnóstico, foi enterrado na Abadia de Westminster, ele deve ter se revirado no caixão por estar enterrado numa igreja e bem ao lado de um cientista teísta convicto, e de maior competência científica: Isaac Newton.

Será que as comemorações do Dia de Darwin em 12 de fevereiro de 2007 em todo o mundo, não será uma indicação de que Darwin está sendo transformado num santo para os humanistas seculares [naturalistas filosóficos]? Se assim for, Darwin deve estar se remexendo e bufando irado com este ‘processo de deificação’, oops, culto à personalidade:

O objetivo da celebração do Dia de Darwin é o de encorajar as instituições existentes no mundo inteiro, tais como as municipalidades, as escolas públicas e privadas, faculdades e universidades, bibliotecas, museus, igrejas [SIC ULTRA PLUS], organizações privadas e indivíduos a celebrarem a Ciência e a Humanidade todo ano, no dia ou perto do dia 12 de fevereiro, aniversário de Darwin! – http://www.darwinday.org [1]

Aqui no Brasil não será diferente. E pior de tudo – com o nosso suado dinheirinho de todos nós contribuintes, eles viajarão, se hospedarão nos melhores hotéis, e celebrarão nos simpósios, palestras, conferências e seminários, com os melhores acepipes e regados com os melhores vinhos.

E ainda dizem que não são ‘fundamentalistas seculares’. Idólatras! Eu tenho más notícias – os ídolos foram feitos para a destruição!

Quem será o Finéias de Darwin-ídolo???

Nota:

[1] The objective of Darwin Day Celebration is to encourage existing institutions worldwide, such as municipalities, public and private schools, colleges and universities, libraries, museums, churches, private organizations and individuals to celebrate Science and Humanity every year, on, or near, February 12, Darwin's birthday! – http://www.darwinday.org

EXTRA! EXTRA! Eminente professor de Sociologia escreve sobre a ‘Grande Controvérsia’ – Evolução versus Design!

Para desespero da Nomenklatura científica internacional, Steve Fuller, professor de sociologia da Universidade de Warwick, Grã-Bretanha, está escrevendo o livro Dissent Over Descent: Evolution's 500 year war on intelligent design [Dissidência sobre a descendência: 500 anos de guerra da evolução ao design inteligente]. Deve ser lançado ainda em 2007.

Steve, [essa intimidade é devido aos nossos e-mails] terei o maior prazer de traduzir o seu livro para o português!

EXTRA! EXTRA! Biólogo encoraja o livre debate da teoria do Design Inteligente nas universidades

sábado, janeiro 20, 2007

EXTRA! EXTRA! Biólogo encoraja o livre debate da teoria do Design Inteligente nas universidades

“O Dr. José Mariano Amabis, professor-doutor do Departamento de Biologia do Instituto de Biociências da USP, e coordenador de Educação do Centro de Estudos do Genoma Humano, em entrevista ao jornalista Marcelo Leite no caderno Mais! da Folha de São Paulo, encoraja o livre debate da teoria do Design Inteligente nas universidades brasileiras”.

Você se assustou? Caiu de costas para trás? Teve uma apoplexia? Taquicardia? Esclareço: essa entrevista não aconteceu. Não é ainda verdade aqui na grande taba tupiniquim, mas aconteceu alhures em tabas mais civilizadas e adiantadas cientificamente do que em Pindorama. [1]

“Bravo por encorajar a discussão do Design Inteligente” é um artigo de Larry Caldwell, traduzido abaixo:

The Chronicle of Higher Education está disponibilizando atualmente um ponto de vista diferente intitulado, “Why Can't We Discuss Intelligent Design?” [Por que não podemos discutir o Design Inteligente?] de J. Scott Turner, [2] defendendo a livre discussão do Design Inteligente nos campi universitários. A mudança inusitada [na seção de ponto de vista]: o Dr. Turner é um professor-associado de biologia na State University of New York's College of Environmental Science and Forestry que considera o design inteligente como “indo na direção errada”, mas mesmo assim merece ser discutido na Academia.

Turner, que estuda os térmitas [cupins] e suas “extraordinárias construções”, relata quão recentemente, a simples menção do termo “design” numa palestra incitou um impertinente oponente do Design Inteligente a interromper Turner várias vezes num esforço de impedi-lo de finalizar sua palestra. Ironicamente, Turner nem sequer atribui tal “design” aparente nas construções dos cupins a uma causa inteligente.

Turner surpreende-se como, desde Darwin, a simples menção da palavra “design” em conexão com a biologia pode evocar o que Turner chama de “A Pausa, o silêncio estranho que segue tipicamente a uma gafe”. Turner destaca em seguida:

“Se apenas uma palavra carregada como “design” pode evocar “A Pausa”, combinando duas palavras carregadas — como na frase “design inteligente” — parece fazer pessoas então tidas como sãs perderem o seu equilíbrio. Se você gosta de ironia, como eu gosto, o espetáculo pode dar horas de entretenimento. Eu fico pensando, por exemplo, que demônio se apossou do ex-presidente da Cornell University quando ele destacou o design inteligente como a única ameaça aos discursos acadêmico e civil. As universidades não devem ser um lugar para idéias perigosas?”

Turner dá este conselho bem-vindo aos seus colegas biólogos:

“Amigos, o design inteligente é apenas uma idéia. Você pode crer (como eu creio) que é uma idéia indo na direção errada, mas é difícil entender como que apenas isso deva desqualificá-la do discurso acadêmico. A Academia está cheia de idéias indo na direção errada, mas porque discutir essas idéias é a sua função essencial. Até idéias más podem ter partes essenciais de verdade, e é o papel da Academia descobri-las. Isso somente pode ser feito no sol e no ar fresco de um discurso acadêmico normal. Expulsar uma idéia é a maneira mais certa para permitir que o erro sobreviva”.

Turner também salienta a ironia dos cientistas que afirmam ser zelosamente contra qualquer mistura de religião e ciência, e mesmo assim aprovam a mistura espalhafatosa de ciência e religião de Richard Dawkins na sua recente diatribe anti-religiosa, The God Delusion [A Ilusão de Deus, a ser traduzido e publicado em 2007 pela Companhia das Letras] (Houghton Mifflin, 2006).

Turner deve ser aplaudido pela sua coragem de propor um debate livre da significância científica da aparência de design na natureza, e o The Chronicle of Higher Education deve ser aplaudido por ter publicado o ponto de vista de Turner. Quiçá outros na Academia irão reconhecer o valor em permitir a teoria do design inteligente seja livremente discutida e debatida — se eles concordam ou não com o Design Inteligente.

Postado por Larry Caldwell 19 de janeiro de 2007 12:34 AM Permalink

[1] Usei o Dr. José Mariano Amabis e o Dr. Marcelo Leite como personagens desta entrevista fictícia, por suas declarações finais emblemáticas no encerramento da V Sao Paulo Research Conference, na Fac. de Medicina da USP, 18-20 de maio de 2006, onde apresentei um pôster bem ousado: “Uma Iminente Mudança Paradigmática em Biologia Evolutiva?”

Amabis disse que todo e qualquer ataque à evolução era um ataque à ciência. Educada e polidamente discordei publicamente do eminente cientista brasileiro de que nem todas as críticas à evolução eram ataques à ciência, mas que elas promoviam o avanço da ciência. Amabis, diferente de muitos com menos graduação acadêmica, humildemente refez o raciocínio, mas redirecionou o ataque à evolução e à ciência como vindo tão-somente dos criacionistas.

Marcelo Leite encerrou sua participação na mesa-redonda do evento e, questionado sobre o avanço ‘assustador do criacionismo fundamentalista’ no Brasil e da existência de possíveis oponentes academicamente à altura de um debate, no estilo stalinista de ‘guarda-cancela epistemológico’ disse que não existia alguém assim e que na Grande Mídia Tupiniquim ‘não damos espaço’ para eles. Nem para o Design Inteligente, a não ser quando para desacreditar uma idéia que não pode se defender porque não lhe dão espaço midiático.

Se essas são posturas racionais de nossos mais eminentes luminares, pobre Academia brasileira que não discute idéias perigosas como o Design Inteligente, e sofre da ‘síndrome dos soldadinhos-de-chumbo’ do pensamento uniforme e consensual. Quem foi que nos roubou a ousadia de discutir temas polêmicos em nossas universidades? São os poderosos braços inquisitoriais da KBG da Nomenklatura científica [professores titulares, chefes de departamento, revisores – peer-reviewers é mais chique] impedindo que a universidade seja um universo livre de debates de idéias.

A Idade das Trevas pós-moderna em nada difere de muitos pontos da longa Idade Média. Que essa nova idade das trevas seja breve. Pro bonum scientia!

[2] A coragem de Turner em abordar o DI foi objeto deste blogger.
http://pos-darwinista.blogspot.com/2007/01/no-adianta-jogar-pedras-na-geni-o.html



Não adianta jogar pedras na Geni: o neodarwinismo vai ruir

quinta-feira, janeiro 18, 2007

“Se outros não tivessem sido loucos… nós deveríamos sê-los.” William Blake (1757-1827). Com este provérbio, Blake, poeta britânico, entendeu nitidamente que os nossos juízos sobre a ‘loucura’ são inerentemente relativos.

O desprezo, o escárnio e as agressões retóricas sendo atualmente suportadas pelos teóricos do Design Inteligente – Michael Behe, William Dembski, Jonathan Wells et al, tão-somente por causa da ‘loucura’ pública de serem dissidentes do naturalismo darwiniano e parcialmente da teoria neodarwinista, têm tornado mais fácil a vida acadêmica para outros cientistas, e até para este blogger, expressarem a sua dissensão a Darwin.

Contudo, ainda há muitos na Academia no Brasil e mundo afora que não podem fazer isso publicamente temendo represálias dos agentes da KGB (chefes de departamentos, revisores, peer-reviewers é mais chic) que destruiriam suas carreiras científicas imediata e maquiavelicamente. São os ‘dissidentes silenciosos’, alguns deles abrigados em nosso pequeno, mas crescente Núcleo Brasileiro de Design Inteligente.

Mas, é bom saber que a nossa ‘loucura’ epistêmica denunciando as muitas insuficiências epistêmicas do neodarwinismo está encontrando alguns ouvidos no arraial de nhô Darwin. Exemplo bem recente disso é o trabalho de J. Scott Turner, biólogo da SUNY-Syracuse, cujo livro sobre as dificuldades do neodarwinismo acabou de ser lançado pela não menos famosa e insuspeita editora Harvard University Press.

NOTA BENE: Não é qualquer uma editora, não. É a Harvard University Press. Eu queria ver a cara dos ‘meninos de Darwin’ em Pindorama. Eles dirão: Ah, mas papel aceita tudo... Só que para escrever neste papel é preciso muito reconhecimento acadêmico.

http://tinyurl.com/2a42jb

Para uma descrição do próprio Turner sobre seu livro, vide:

http://www.esf.edu/EFB/turner/tinkerersaccomplice.htm

Professar lealdade ao dogma darwinista é uma atitude sábia para ficar bem distante dos cassetetes darwinistas:

“Hei, EU NÃO SOU UM DESSES CARAS, mas apesar disso, a persistência do antidarwinismo convida uma pergunta: Por que isso não desaparece? Ninguém precisa ser um defensor da teoria do Design Inteligente (EU NÃO SOU), nem precisa ser averso ao darwinismo (EU NÃO SOU) para ver que há algumas questões filosóficas interessantes em jogo, e que elas giram em torno da questão do design biológico: Por que as coisas vivas são tão adequadamente construídas para as coisas que elas fazem?”

(Vide o PDF acima da lista das resenhas:)

http://www.esf.edu/efb/turner/review%20articles.html

Para você que tenta respirar e sobreviver à ‘inquisição sem fogueira’ no Gulag de Huxley, viu qual é a tática sutil para ser considerado um ‘darwinista ortodoxo’? “EU NÃO SOU UM DESSES”. Esse é o bilhete que lhe garante milhagem, oops, oxigênio para poder continuar respirando e sobrevivendo em meio ao patrulhamento diário dessas hienas ideológicas sedentas por sangue inocente.

Os únicos que podem, devem e são atualmente execrados na Academia e publicamente na Grande Mídia, sem dó nem piedade, são os teóricos, proponentes e defensores do Design Inteligente. Turner, em seguida, atrás da linha de alcance das bordoadas dos pitbulls de Darwin, afirmou: “Eu? Eu estou fazendo somente algumas perguntas sensíveis sobre o neodarwinismo.”

Somente neste estilo orwelliano de Novilíngua, de beija-mão e beija-pé de Darwin, é que a liberdade acadêmica floresce nas universidades públicas e privadas lá e em Pindorama, mas mesmo assim, graças aos ‘loucos’ do Design Inteligente, ao ‘anta do Enézio’, que tem recebido pedradas defendendo a liberdade do debate das idéias, é que esse tipo de raciocínio científico objetivo está abrindo rachaduras na então considerada inexpugnável fortaleza filosófico-materialista que, posando como ciência, impediu o avanço do conhecimento em pelo menos duas décadas. Exemplo mais próximo desse impedimento: o considerar certas regiões do DNA como DNA lixo...

Enquanto isso, a Nomenklatura científica tupiniquim ficou em silêncio pétreo. O bom é que a solução biológica descrita por Kuhn [in A Estrutura das Revoluções Científicas, São Paulo, Perspectiva, 5ª. ed., 1998] está bem aí, mais próxima do que vocês imaginam – vocês da velha-guarda vão morrer, e uma nova geração de biólogos vai surgir podendo fazer e responder as muitas perguntas até aqui proibidas. Não vou falar, não vou falar, não vou falar. Vou falar: Não sentiremos saudades de vocês, muito pelo contrário. Seremos fortes, não choraremos, oops, choraremos sim – lágrimas de crocodilos... RIP [Requiescat in pace]

E quem levantou esta lebre aqui no Brasil em 1998? A turma do DI e o ‘anta do Enézio’, ‘simples professor do ensino médio’, ‘tradutor científico’, ‘os crentes da Terra plana’, e otras cositas mais. Na História da Ciência tupiniquim deste período, por favor, não se esqueçam de mim – especialmente pela minha coragem em desafiar a Nomenklatura científica em Pindorama, demonstrando que Darwin está nu, e que há algo de podre no reino da fantasia epistêmica.

Joguem bastante pedra na Geni, oops, no DI que a verdade científica sobre a necessidade de uma nova teoria da evolução vai prevalecer. Não há como esconder o Sol das evidências das insuficiências do neodarwinismo com a peneira furada de apressadas teorias ad hoc. Não se põe remendo epistêmico do século 21 num pano teórico esgarçado do século 19. Se colocado, o pano se rompe. Quem viver, verá – a nova teoria da evolução que está sendo urdida intramuros para ser divulgada tão-somente após as celebrações de culto à personalidade de Darwin em 2007 e 2009 na Grande Taba Internacional.

Pano bem rápido que o neodarwinismo vai cair de podre sozinho, mais dia menos dia...

P.S. 1: Eu queria mudar o meu estilo literário, mas não consigo – como pode o leopardo mudar suas pintas? Eu pensei em ‘evoluir’, pois a minha inspiração é o Barão de Itararé, o único e verdadeiro intelectual tupiniquim. O ‘espécime’ moderno mais aproximadamente ‘evoluído’ é o Diogo Mainardi, da VEJA, mas ele já está sendo ‘adorado’ pelo público. Vou continuar em ‘estase’ literária por longas eras... (Macaco Simão, Folha de São Paulo).

P.S. 2: Pesquisando em renomada universidade em São Paulo em 2006, achei um artigo sobre o porquê de o Positivismo tupiniquim ter ido pras cucuias – houve na mídia daquela época jornalistas mais corajosos do que hoje, que escreveram artigos sobre o Positivismo tupiniquim em tom jocoso. Isso teria desacreditado August Comte no Brasil.

Qualquer semelhança com este blogger não é mera coincidência. Eu tive uma professora naquela universidade que nos ensinou sobre o riso como um poderoso instrumento crítico de pensamentos dominantes. Isso desacreditará Darwin no Brasil? A tese é meio esdrúxula, mas mesmo assim eu faço a minha parte: eu ouso rir de Darwin. Sem remorsos!

A ‘desinteligência’ de um doutor pela UNICAMP

segunda-feira, janeiro 15, 2007

“Desinteligência: Como traduzir a expressão inglesa "intelligent design"?” de Marcelo Leite, cienciaemdia@uol.com.br doutor em Ciências Sociais pela Unicamp, responsável pelo blog Ciência em Dia http://www.cienciaemdia.zip.net/, publicado no caderno “Mais!” da “Folha de SP”, de 14/01/2007, e divulgado no JC E-Mail http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=43785 .

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O objetivo fundamental da lógica (?) no artigo de Marcelo Leite foi tentar desacreditar a teoria do Design Inteligente e ‘demonizar’ seus proponentes aqui no Brasil como ignorantes da língua portuguesa. O nosso novo ‘Aurélio’ tenta esclarecer aos leitores não especialistas como que a expressão inglesa “intelligent design” deveria ter sido traduzida para a língua portuguesa.

Não vou perder o tempo precioso dos leitores com a analogia infantil utilizada no artigo. Infantil demais. Para não dizer medíocre. Vamos ao que interessa. Marcelo Leite, o nosso mais novo purista da língua portuguesa, ‘stalinista’ à la Aldo Rebelo, pergunta no artigo: qual é a melhor tradução em português para a expressão inglesa "intelligent design"? Qual a resposta marota pré-fabricada e mal-intencionada dele? "Design inteligente", responderá a maioria dos que já se debruçaram sobre tal doutrina.

Marcelo Leite não destaca, mas a palavra ‘doutrina’ não tem a conotação ‘metafísica’ que ele tentou matreira e intencionalmente impingir à teoria do Design Inteligente. Eu vou ao “Aurélio”, o verdadeiro dicionarista, e eis a definição de ‘evolucionismo’: S. m. Doutrina filosófica ou científica baseada na idéia da evolução. 2. Biol. Designação comum às doutrinas (darwinismo, lamarckismo) que ensinam a mutabilidade das espécies. [1]

Marcelo Leite, o nosso novo Kuhn-Lakatos-Popper ‘demarcacionista’ profere ex-cathedra que a teoria do Design Inteligente “não merece o nome de teoria” porque afirmaria que “o mundo vivo contém organismos, órgãos e estruturas tão complexos que jamais poderiam ser frutos do acaso” em contraposição ao sustentado pela teoria darwiniana da seleção natural, essa sim, segundo o nosso epistemologista-mor é que seria “teoria” no sentido de conhecimento racional com base empírica e não no senso comum de “hipótese”. Vai aqui um desafio para Marcelo Leite: como falsear a ‘hipótese’ da ancestralidade comum? (Darwin); como falsear a complexidade irredutível de sistemas biológicos? (Design)

Este artigo chinfrim de Marcelo Leite revela que o doutor pela Unicamp nunca leu as obras de Michael Behe e William Dembski. A teoria do Design Inteligente afirma que ‘certos eventos no universo e na natureza são melhor explicados por causas inteligentes’ e que essas causas inteligentes são empiricamente detectadas todas as vezes que nós encontrarmos ‘complexidade irredutível’ em sistemas biológicos (Michael Behe, “A caixa preta de Darwin”, Rio de Janeiro, Zahar, 1997) e ‘informação complexa especificada’ na natureza (William Dembski, “The Design Inference: Eliminating Chance Through Small Probabilities, Cambridge, Cambridge University Press, 2000). Marcelo Leite, uma pergunta impertinente: Você já leu Behe e Dembski? Seu artigo ‘desinteligente’ demonstra que não.

Marcelo Leite, sente-se para não cair de costas. Não temos seguro de vida para críticos mordazes e sagazes do DI. A teoria do Design Inteligente foi assim acolhida em nosso vernáculo graças à tradutora de seu ídolo Richard Dawkins: “A biologia é o estudo das coisas complexas que dão a impressão de ter um design intencional”. [2] Richard Dawkins tem sido o nosso maior ‘proponente’. Graças a ele nós temos um nome ‘chic’ em Pindorama: Design Inteligente!

Marcelo Rebelo, oops, Leite tenta impedir a todo custo a ‘evolução lingüística’ da língua portuguesa ao lançar mão de palavras estrangeiras que se incorporam ao nosso léxico. Não aceitar este fenômeno lingüístico ‘evolutivo’ é condenar as línguas a um purismo insosso. A palavra “design” já se incorporou à língua portuguesa, com sentidos diversos, como “desígnio”, “desenho” e “projeto”, mas eu desconheço alguém que tenha feito Arquitetura e cursado a matéria de “Projeto”, “Desígnio” ou até mesmo de “Desenho”. Eles fizeram a matéria de “Design”.

A questão de ser mais um vocábulo na longa lista de anglicismos, como “software”, “commodity”, “best seller” e até “mídia”, em nada depõe com o vocábulo escolhido pelos teóricos e proponentes da teoria do Design Inteligente. Não é questão de tendência, mas de corretamente utilizar o termo escolhido pelos que expõem e defendem uma teoria científica. Só para contrariar, Marcelo, mas até a comunidade científica brasileira já adotou a expressão “design inteligente”.

Não sendo um conhecedor da heurística da teoria do design inteligente, Marcelo Leite, o nosso oráculo do Monte Olimpo, oops, da Folha de São Paulo, diz que o termo “desígnio” acentua melhor a intencionalidade pleonasticamente visada pelo complemento “inteligente”, referindo-se mais a um projetista do que de um projeto. Traduzindo em miúdos, há má intenção da parte dos adeptos dessa doutrina que, segundo o doutor pela Unicamp, é de “inspiração criacionista”. A teoria do Design Inteligente, Marcelo Leite, não engabele seus leitores, é de inspiração baconiana - fomos à natureza e fizemos perguntas. Seguimos as respostas aonde elas foram dar...

Essa picuinha lingüística purista de Marcelo Leite em relação ao termo ‘design inteligente’ é compreensível. Outras grandes mentes ‘céticas’ como Michael Shermer e Donald Prothero também já expressaram essa dificuldade. Nada a ver com Deus ou a Sua obra, mas com ‘sinais de inteligência’ que podem ser detectados se tiverem ‘design intencional’. Nada a ver com “Desígnio inteligente” que relegaria a um segundo plano a metáfora implícita do Grande Arquiteto, tão cara aos seus seguidores segundo Marcelo Leite. Ele não sabe, mas no movimento do Design Inteligente nós já temos alguns ateus e muitos agnósticos de renome como David Berlinski, Ph. D. em Matemática pela Princeton University.

O ‘design inteligente’ não é redundante, mas é entendido pela comunidade do Design Inteligente referindo-se simplesmente à agência inteligente independente de habilidade ou capacidade de otimização. Além disso, o design inteligente precisa ser distinguido do ‘design aparente’ (Darwin et al) e do ‘design otimizado’. Em trocados, o design inteligente afirma que o design é devido a uma inteligência verdadeira, mas deixamos em aberto os atributos e qualidades daquela inteligência por serem questões filosófico-teológicas. Mas aqui uma pergunta intrigante ainda não resolvida pelas melhores mentes: o que precede, a matéria ou a mente? Será que Marcelo Leite pode nos iluminar aqui?

Se a expressão “design inteligente” desagrada tanto a Marcelo Leite e a Folha de São Paulo, mas caiu na boca do povo, eles que coloquem suas barbas de molho: o Design Inteligente veio para ficar e incomodar um paradigma moribundo há mais de um quarto de século e do pleno conhecimento de suas insuficiências epistêmicas por parte de guarda-cancelas epistemológicos assim! E nunca abordados pelo jornal que foi corajosamente combativo na ditadura militar recente, mas que se acovarda e se apequena quando a questão é Darwin – uma teoria do século 19!

A história do jornalismo científico tupiniquim vai demonstrar que desde 1998 a relação incestuosa da ‘mídia’ com a Nomenklatura científica os brasileiros vem tendo sua cidadania violentada pela nossa Grande Mídia: o direito à informação quanto ao status de uma teoria que até os evolucionistas já disseram precisa ser urgentemente substituída (William Provine, Cornell University) porque ‘morta epistemicamente’.

Marcelo Leite, este foi o seu artigo mais ‘desinteligente’ que já li nesta Folha de São Paulo, tida como o jornal avant-garde do Brasil.

Durma-se com um barulho desses!

[1] Novo Dicionário Básico da Língua Portuguesa FOLHA/Aurélio, FSP/Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 1988, p. 282.

[2] DAWKINS, R. O relojoeiro cego. Trad. de Laura Teixeira Motta. São Paulo, Companhia das Letras, 2001, p. 18.

O design inteligente em ação no DNA

O ceticismo é salutar em ciência. Sem ceticismo não há ciência. Eu diria, não somente em ciência, mas em todas as áreas e situações da vida certa dose de ceticismo salutar vale a pena. Eu tive um professor de Filosofia nos Estados Unidos que disse certa vez: “O cético é aquele que tenta aplaudir usando apenas uma das mãos”. Quer dizer, é impossível ser totalmente cético sem cair no erro do solipsismo. Ser cético globalizado, total, é uma incoerência lógica – ele(a) não consegue ser cético(a) do seu próprio ceticismo.

A biologia moderna é uma ciência de informação, e o gradualismo darwiniano não consegue explicar a origem da informação complexa especificada do DNA. Não consegue explicar um ‘simples’ flagelo bacteriano... Ora, se a evolução ocorre nos níveis moleculares, e o darwinismo sequer consegue explicar isso, está mais do que na hora de os nossos céticos exercitarem um pouco de ceticismo salutar em relação às especulações transformistas de Darwin.

Guardando-se as devidas limitações do conhecimento da época, Darwin era completamente ignorante dos atuais avanços em biologia molecular. Aliás, hoje, qualquer aluno aplicado do ensino médio sabe mais Biologia do que Darwin. Se soubesse o que hoje nós sabemos, talvez ele elaborasse outra teoria da evolução. Contudo, é inadmissível a ignorância de alguns céticos pós-modernos nesta questão.

Vide uma pequena amostra de design inteligente em ação no DNA.

http://www.youtube.com/watch?v=Pj9cdVeIntY&eurl=

[Obrigado, Mike Gene, um dos gigantes: http://telicthoughts.com/dna-packaging-and-replication ]

Em tempo, alguns céticos confundem o ‘ceticismo’ como sendo instrumento heurístico de uma descrição ‘secularizada’ da realidade. Meninos de Darwin, isso não é ‘scientia qua scientia’, isso é IDEOLOGIA – doença infantil do solipsismo!

Já está mais do que na hora de alguns céticos aqui em Pindorama serem um pouco mais racionais e ‘céticos’ em relação ao seu solipsismo, oops, ceticismo doentio.

* Solipsismo em reles português é 'olhar para o próprio umbigo' e pensar que isso é a realidade total...