Jeffrey Schwartz 'falou e disse': você batizaram o 'bebê de Lucy' cedo demais!

terça-feira, outubro 03, 2006

Antropólogo desafia a identificação da espécie de esqueleto de criança antiga descoberto na Etiópia

Jeffrey Schwartz, professor da Universidade de Pittsburgh, junto com seu colega Ian Tattersall compilaram todo o registro fóssil humano, diz que o espécime não é da Etiópia e a que a classificação é prematura.

University of Pittsburgh, 2 de outubro de 2006 - Eurekalert



De acordo com o professor de antropologia da Universidade de Pittsburgh, Jeffrey Schwartz, autor dos quatro volumes de The Human Fossil Record [O registro fóssil humano] (Wiley-Liss, 2002-05), "a descoberta de qualquer esqueleto bem completo seria muito especial. O fato que é uma criança [sic] torna-o ainda mais excitante porque os seus ossos e dentes podem revelar o que um esqueleto de adulto não pode".

Todavia, Schwartz disse, há questões sobre as espécies que este espécime representa. Ele explicou que o problema é que "Lucy" e este espécime-criança de Dikika foram colocados na linhagem do Australopithecus afarensis, que não é da Etiópia, mas de Laetoli, um lugar na Tanzânia a milhares de quilômetros ao sul. Mas enquanto outros espécimes de Laetoli são semelhantes a este espécime, definido como A. afarensis, uma pesquisa recente de virtualmente todos os fósseis da região de Lucy (Hadar) por Schwartz e Ian Tattersall, curador de antropologia do Museu Americano de História Natural em Nova York, revelou que nenhum é semelhante em detalhe aos fósseis de Laetoli.

"Isto significa, é claro, que nenhum espécime de Hadar é A. afarensis," disse Schwartz, um membro sênior da prestigiosa World Academy of Arts and Science.

Assim como Donald Johanson (o descobridor do fóssil Lucy de 3.2 milhões de anos) sugeriu inicialmente, Schwartz e Tattersall descobriram que há mais de um tipo de hominídeo representado no material de Hadar.

"Uma vez que as superfícies mastigatórias dos dentes da criança [sic] de Dikika ainda não foram expostas, ninguém pode comparar isso com qualquer um dos espécimes de Hadar ou com o tipo de espécime de A. afarensis de Laetoli", Schwarz explicou. "Até que isso seja feito, ninguém pode dizer se a criança [sic] de Dikika seja realmente o primeiro espécime de A. afarensis etíope ou, se não for, se isso se compara favoravelmente com um dos hominídeos de Hadar ou se representa um táxon diferente".

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O livro The Human Fossil Record de Schwartz e Tattersall representa o primeiro estudo de todo o registro fóssil humano. O volume 1 recebeu o prêmio Professional Scholarly Publishing Award da Association of American Publishers [Associação Americana de Editores].