Por que o blog “Desafiando a Nomenklatura científica” não é aberto para comentários?

segunda-feira, janeiro 30, 2006

Recebi e-mails de darwinistas seriamente interessados no debate civil e respeitoso perguntando por que o meu blog não é aberto para comentários. Há várias razões para que seja e continue sendo assim.

A primeira razão é a falta de civilidade e respeito no webespaço. Não sou afeito a ‘censurar’ opiniões divergentes, apesar de ter sido censurado e ter tido réplicas nunca publicadas pelos que deveriam ser guardiães da liberdade de expressão. Especialmente no que diz respeito a exposição de idéias científicas. Mesmo as consideradas ‘esdrúxulas’ e ‘absurdas’. Além disso, eu não suporto mal-educados.

A segunda é a falta de tempo: família, estudos, pesquisas e lazer que ninguém é de ferro. Prefiro colocar as idéias do DI como são expostas pelos seus teóricos e deixar que os oponentes se disponham primeiro a LER as teses do DI esposadas nos livros e nas pesquisas dos teóricos do DI como Michael Behe, William Dembski, e dos evolucionistas céticos.

A experiência nos debates tem demonstrado que a maioria dos oponentes nunca leu aquilo que combatem. Não perco meu tempo precioso com quem não gasta tempo com as idéias dos outros. Diferentemente da maioria dos biólogos, eu já li e sempre leio o “Origem das Espécies”, e as novas teorias da evolução que estão sendo propostas. Além disso, eu me apoio ‘em ombros de gigantes’.

Uma nota de esclarecimento: o blog não é, como rotulou um missivista, uma ‘cruzada’ contra Darwin. Não é uma cruzada, mas é um espaço livre de censura para denunciar que, quando o assunto é a TEORIA GERAL DA EVOLUÇÃO, a Nomenklatura científica é academicamente desonesta por não reconhecer nem debater publicamente as insuficiências epistêmicas do ‘longo argumento’ de Darwin. A Grande Mídia segue acriticamente o dogma darwinista.

As razões para blindar a Darwin não são razões científicas, mas interesses ideológicos velados do naturalismo/materialismo filosófico que posa matreiramente como ciência. Neste sentido, eu sou um iconoclasta, Finéias de Darwin! Por não acreditar que exista ‘theoria perennis’ em ciência. Nem mesmo a TDI! Sigo a Feyerabend aqui.

Outra coisa que me perguntaram é sobre a minha religiosidade. Quanto a esse questionamento, eu sigo estritamente a Darwin:

“Quanto aos meus sentimentos religiosos, acerca dos quais tantas vezes me têm perguntado, considero-os como assunto que a ninguém possa interessar senão a mim mesmo... Sistematicamente, evito colocar meu pensamento na Religião quando trato de Ciência...”. (Esboço autobiográfico de Darwin para a edição alemã de “Origem das Espécies”, Belo Horizonte: Villa Rica, 1994, p. 23).

Existem muitos evolucionistas que são céticos de certos aspectos fundamentais da teoria geral da evolução. Como vêem, eu estou em boa companhia.

NOTA BENE: A questão hoje em dia, não é se as especulações transformistas de Darwin contrariam os relatos de criação de tradições religiosas, mas se elas são apoiadas pelas evidências. Elas não são e as evidências apontam noutra direção: Design Inteligente!

Os céticos sofisticados contra Darwin – Parte 3

domingo, janeiro 29, 2006

O Movimento do Design Inteligente
Baseado no livro Doubts about Darwin de Thomas E. Woodward, Ph. D. e escritos de outros teóricos do MDI

5 – A Tese da Complexidade Irredutível de Michael Behe
Com a tese da complexidade irredutível defendida no seu livro Darwin's Black Box [A Caixa Preta de Darwin], Behe aceitou o desafio de Darwin: "Se pudesse ser demonstrada a existência de qualquer órgão complexo que não poderia ter sido formado por numerosas, sucessivas e ligeiras modificações, minha teoria desmoronaria por completo". [46]
Behe define assim o seu conceito de complexidade irredutível:
"Com irredutivelmente complexo quero dizer um sistema único composto de várias partes compatíveis, que interagem entre si e que contribuem para sua função básica, caso em que a remoção de uma das partes faria com que o sistema deixasse de funcionar de forma eficiente. Um sistema irredutivelmente complexo não pode ser produzido diretamente... mediante modificações leves, sucessivas de um sistema precursor de um sistema irredutivelmente complexo ao qual falte uma parte é, por definição, não-funcional. Um sistema biológico irredutivelmente complexo, se por acaso existir tal coisa, seria um fortíssimo desafio à evolução darwiniana". [47]
Para Behe, a complexidade irredutível é um indicador seguro de design. Um sistema bioquímico irredutivelmente complexo que Behe considera é o flagelo bacteriano. O flagelo é um motor rotor movido por um fluxo de ácidos com uma cauda tipo chicote (ou filamento) que gira entre 20.000 a 100.000 vezes por minuto e cujo movimento rotatório permite que a bactéria navegue através de seu ambiente aquoso.
Behe demonstra que essa maquinaria intrincada, incluindo um rotor (o elemento que imprime a rotação), motor molecular, um estator (o elemento estacionário), juntas de vedação, buchas e um eixo-motor exige a interação coordenada de pelo menos quarenta proteínas complexas  (que formam o núcleo irredutível do flagelo bacteriano) e que a ausência de qualquer uma delas resultaria na perda completa da função do motor.
Behe argumenta que o mecanismo darwinista enfrenta graves obstáculos em tentar explicar esses sistemas irredutivelmente complexos. No livro No Free Lunch, [48] William Dembski demonstra como que a noção de complexidade irredutível de Behe se constitui numa instância particular de complexidade especificada.
Assim que um componente essencial de um organismo exibe complexidade especificada, qualquer design atribuível àquele elemento passa para o organismo como um todo. Para atribuir design a um organismo, ninguém precisa demonstrar que cada aspecto do organismo tem design intencional.
O desafio da complexidade irredutível para a evolução darwiniana é real e é falso afirmar que a tese de Behe foi refutada:
"não existem relatos darwinianos detalhados para a evolução de qualquer sistema bioquímico ou celular fundamentais, somente uma variedade de ‘wishful speculations’ [especulações ]. É notável que o darwinismo é aceito como uma explicação satisfatória para um assunto tão vasto – a evolução – com tão pouco exame rigoroso de quão bem as suas teses funcionam em iluminar instâncias específicas de adaptação ou diversidade biológicas". [49]


6 – A Tese da Informação Complexa Especificada e o Filtro Explanatório de William Dembski

A complexidade especificada, como Dembski a desenvolve ao longo de sua obra, incorpora cinco elementos importantes:
A) Uma versão probabilística de complexidade aplicável aos eventos: a probabilidade pode ser vista como uma forma de complexidade. Elas variam inversamente: quanto maior a complexidade, muito menor será a probabilidade. O termo complexidade em complexidade especificada refere-se à improbabilidade.
B) Padrões condicionalmente independentes: os padrões que na presença de complexidade (ou improbabilidade) impliquem em ação de inteligência devem ser independentes do evento cujo design está em questão. O modo de caracterizar essa independência de padrões é através da noção probabilística de independência condicional. O termo especificada em complexidade especificada refere-se às especificações de tais padrões condicionalmente independentes.

C) Recursos probabilísticos: são o número de oportunidades para um evento acontecer ou ser especificado. Um evento aparentemente improvável pode tornar-se bem provável assim que suficientes recursos probabilísticos sejam fatorados. Por outro lado, tal evento pode permanecer improvável mesmo após todos os recursos probabilísticos disponíveis terem sido fatorados.

Os recursos probabilísticos são replicadores (o número de oportunidades para um evento ocorrer) e especificadores (o número de oportunidades para especificar um evento). Para um evento de probabilidade ser razoavelmente atribuído ao acaso, o número não pode ser pequeno demais.
D) Uma versão especificadora de complexidade aplicada aos padrões. Por serem padrões, as especificações exibem graus de complexidade variadas. Um grau de especificação de complexidade determina quantos recursos especificadores.
E) Um número limite de probabilidade universal. Os recursos probabilísticos vêm em quantidades limitadas no universo observável. Os cientistas calculam que haja em torno de 1080 de partículas elementares.

As propriedades da matéria são tais que as transições de um estado para o outro não podem ocorrer muito mais rápido do que 1045 por segundo (o tempo de Planck, a menor de todas as unidades de tempo fisicamente significativa). O universo mesmo é um bilhão de vezes mais recente do que 1025 segundos (admitindo-se que o universo tenha entre 10 a 20 bilhões de anos).
Se qualquer especificação de um evento ocorrendo no universo físico requer pelo menos uma partícula elementar para especificá-lo e que tal especificação não pode ser gerada mais rapidamente do que o tempo de Planck, então essas limitações cosmológicas implicam que o número total de eventos especificados através da história cósmica não pode exceder 1080 x 1045 x 1025 = 10150. Assim, qualquer evento especificado de probabilidade menor do que 1 em 10150 permanecerá improvável mesmo após todos os recursos probabilísticos concebíveis do universo visível terem sido fatorados. Isto é, qualquer evento especificado tão improvável quanto esse jamais poderia ser atribuído ao acaso.
Para algo exibir complexidade especificada significa que corresponde a um padrão condicionalmente independente (especificação) de baixa complexidade especificadora, mas onde o evento correspondente àquele padrão ele tem uma probabilidade menor do que o número limite de probabilidade universal (10150) e, portanto tem alta complexidade probabilística. Emile Borel, matemático francês, propôs 1 em 1050 como um limite de probabilidade universal, abaixo do qual (10-50) o acaso pode ser definitivamente excluído, i.e., qualquer evento específico tão improvável quanto esse nunca poderia ser atribuído ao acaso.
Para explicarmos algo, nós empregamos três amplos meios de explanação: acaso, necessidade e design. Como um critério para detectar design, a complexidade especificada nos capacita decidir qual desses meios de explanação é aplicável. Ela faz isso respondendo a três perguntas sobre a coisa que estamos tentando explicar: É contingente? É complexo(a)? É especificado(a)?
Dispondo essas perguntas seqüencialmente como nódulos de decisão num gráfico, nós podemos representar a complexidade especificada como um critério para detectar design: o chamado “Filtro Explanatório” de Dembski.
Assim, onde for possível existir corroboração empírica direta, o design intencional estará realmente presente sempre que a complexidade específica estiver presente.
William Dembski é o teórico da TDI mais profundo e prolífico na publicação e edição de livros. Até a presente data nenhum centro de lógica das universidades públicas e privadas brasileiras lidou com as teses de Dembski.

7 – A Desmitificação dos Ícones da Evolução por Jonathan Wells
Jonathan Wells, Ph. D. em Biologia Molecular, University of California, Berkeley, 1996, escreveu o livro Icons of Evolution: Science or Myth? Why much of what we teach about evolution is wrong (Washington DC: Regnery, 2000).
"A ciência é a busca da verdade", escreveu o químico Linus Pauling, vencedor de dois prêmios Nobel. Bruce Alberts, Presidente da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, concorda. "A ciência e a mentira não podem coexistir", disse Alberts em maio de 2000, citando o político israelense Shimon Peres. "Você não tem uma mentira científica, e você não pode mentir cientificamente. A ciência é basicamente a busca da verdade".
Para a maioria das pessoas, o oposto da ciência é o mito. Um mito é uma estória que pode preencher uma necessidade subjetiva, ou revelar algo profundo sobre a psique humana, mas como comumente usado não é um relato da realidade objetiva. "A maioria dos cientistas estremece", escreveu Roger Lewin, antigo editor da revista Science, "quando a palavra 'mito' é acrescentado ao que eles percebem como uma busca da verdade."
É claro, a ciência tem elementos míticos, porque todos os empreendimentos humanos têm. Mas os cientistas estão certos em estremecer quando os seus pronunciamentos são chamados de mitos, porque o objetivo deles como cientistas é o de minimizar o contar de histórias subjetivas e maximizar a verdade objetiva. A busca da verdade não é somente nobre, mas também extremamente útil. Ao nos fornecer com a coisa mais aproximada que nós temos para um verdadeiro entendimento do mundo natural, a ciência nos capacita a viver vidas mais seguras, saudáveis e produtivas.
Se a ciência não fosse a busca da verdade, as nossas pontes não suportariam o peso que nós colocamos sobre elas, as nossas vidas não seriam tão longevas quanto elas são, e a civilização tecnológica moderna não existiria. O contar de histórias também é um empreendimento valioso. Sem as histórias, nós não teríamos nenhuma cultura. Mas nós não chamamos os contadores de histórias para construir pontes ou realizar cirurgias. Para tais tarefas, nós preferimos pessoas que têm se disciplinado a compreender as realidades do aço ou da carne.
A disciplina da ciência
Como que os cientistas se disciplinam para entender o mundo natural responderam esta pergunta numa variedade de maneiras, mas uma coisa é nítida: Qualquer teoria que pretende ser científica deve de algum modo, em alguma ocasião, ser comparada com as observações ou experimentos. De acordo com um livreto sobre o ensino de ciência de 1998 publicado pela Academia Nacional de Ciência [dos Estados Unidos], "é da natureza da ciência testar e retestar as explicações em comparação com o mundo natural".
As teorias que sobrevivem teste repetido podem ser tentativamente consideradas como declarações verdadeiras sobre o mundo. Mas se houver um conflito persistente entre a teoria e a evidência, a primeira deve se render à última. Como Francis Bacon, filósofo de ciência do século 17, disse - nós devemos obedecer a natureza a fim de comandá-la. Quando a ciência falha em obedecer a natureza, as pontes caem e os pacientes morrem na mesa de operação. Testar as teorias em comparação com a evidência nunca termina.
O livreto da Academia Nacional de Ciência declara corretamente que "todo o conhecimento científico é, em princípio, sujeito a mudança assim que nova evidência se torna disponível". Não importa por quanto tempo uma teoria tenha sido defendida, ou quantos cientistas acreditam nela atualmente. Se surgir uma evidência contraditória, a teoria deve ser reavaliada ou até abandonada. Do contrário, não é mais ciência, mas mito. Para garantir que as teorias sejam testadas objetivamente e não se tornem mitos subjetivos, o teste tem de ser público em vez de privado.
"Este processo de escrutínio público", de acordo com o livreto da Academia Nacional de Ciência, "é uma parte essencial da ciência. Isso atua no sentido de eliminar a opinião individual e a subjectividade, porque outras pessoas devem também serem capazes de determinar se uma explicação proposta é consistente com a evidência disponível". Dentro da comunidade científica, este processo é chamado de "revisão por pares". Algumas afirmações científicas são tão rigorosamente técnicas que somente podem ser avaliadas por especialistas.
Em tais casos, os "pares" são um punhado de especialistas. Todavia, num número surpreendente de exemplos, a pessoa comum provavelmente é tão competente para fazer juízo quanto o cientista mais altamente treinado. Se uma teoria da gravidade prediz que os objetos pesados cairão para cima, não precisa um astrofísico para verificar que a teoria está errada. E se a fotografia de um embrião não parece com a coisa verdadeira, não precisa um embriologista para verificar que a fotografia é falsa.
Assim, uma pessoa comum com acesso à evidência deveria ser capaz de entender e avaliar muitas afirmações científicas. O livreto da Academia Nacional de Ciência reconheceu isso ao iniciar com a conclamação de Thomas Jefferson para "a difusão do conhecimento entre as pessoas. Nenhuma outra sólida fundação pode ser elaborada para a preservação da liberdade e da felicidade".
O livreto continuou: "Jefferson viu claramente o que tinha se tornado cada vez mais evidente desde então: o sucesso de uma nação reside na capacidade de seus cidadãos entenderem e usarem a informação sobre o mundo em volta deles". O juiz distrital dos Estados Unidos, James Graham, confirmou esta sabedoria jeffersoniana numa coluna de um jornal em Ohio em maio de 2000. Graham escreveu: "A ciência não é um sacerdócio inescrutável. Qualquer pessoa de inteligência razoável deve, com alguma diligência, ser capaz de entender e avaliar criticamente uma teoria científica".
Tanto o livreto da Academia Nacional de Ciência e a coluna do juiz Graham foram escritos no contexto da atual controvérsia sobre a evolução. Mas o primeiro foi escrito para defender a teoria de Darwin, enquanto que o segundo foi escrito para defender alguns de seus críticos. Em outras palavras, os defensores bem como os críticos da evolução darwiniana estão apelando para a inteligência e sabedoria do povo americano para resolver a controvérsia". [50]
Wells escreveu este livro na convicção de que as teorias científicas em geral, e a evolução darwiniana em particular, podem ser avaliadas por qualquer pessoa inteligente com acesso à evidência. Ele sugere que, antes de olhar para a evidência a favor da evolução, os leitores devem saber o que é evolução.
O que é evolução?
"A evolução biológica é a teoria de que todas as coisas vivas são descendentes modificados de um ancestral comum que viveu num passado distante. Ela afirma que você e eu somos descendentes de ancestrais tipo macacos-antropóides, e que eles por sua vez vieram de animais ainda mais primitivos. Este é o significado primário de "evolução" entre os biólogos.
"A evolução biológica", de acordo com o livreto da Academia Nacional de Ciências, "explica que as coisas vivas compartilham de ancestrais comuns. Ao longo do tempo, a mudança evolutiva faz surgir novas espécies. Darwin chamou a este processo de 'descendência com modificação', e permanece hoje como uma boa definição da evolução biológica". Para Charles Darwin, a descendência com modificação foi a origem de todas as coisas vivas após os primeiros organismos.
Ele escreveu no Origem das Espécies: "Eu considero todos os seres não como criações especiais, mas como os descendentes lineares de alguns poucos seres" que viveram num passado distante. A razão por que as coisas vivas são agora tão diferentes umas das outras, Darwin acreditava, é que elas foram modificadas pela seleção natural, ou a sobrevivência do mais apto: "Eu estou convencido de que a Seleção Natural tem sido o mais importante, mas não o exclusivo, meio de modificação".
Quando os proponentes da teoria de Darwin estão respondendo aos críticos, eles afirmam algumas vezes que a "evolução" significa simplesmente mudança ao longo do tempo. Mas isso é uma nítida evasão. Nenhuma pessoa racional nega a realidade da mudança, e nós não precisávamos que Charles Darwin nos convencesse disso. Se a "evolução" significasse apenas isso, ela seria totalmente não controversa. Ninguém acredita que a evolução biológica seja simplesmete mudança ao longo do tempo.
Apenas levemente menos evasiva é a declaração de que a descendência com modificação ocorre. É claro que ocorre, porque todos os organismos dentro de uma só espécie são relacionados através da descendência com modificação. Nós vemos isso em nossas próprias famílias, e os criadores de plantas e animais vêem isso em seu trabalho. Mas isso ainda não atinge o ponto em questão. Ninguém duvida de que a descendência com modificação acontece no curso da reprodução biológica comum.
A questão é se a a descendência com modificação é responsável pela origem de novas espécies - na verdade, de cada espécie. Como mudança ao longo do tempo, a descendência como modificação dentro de uma espécie é totalmente não controversa. Mas a evolução darwiniana afirma muito mais. Em particular, ela afirma que a descendência com modificação explica a origem e a diversificação de todas as coisas vivas.
A única maneira que alguém pode determinar se esta afirmação é verdadeira é comprando-a com as observações ou experiências. Como todas as teorias científicas, a evolução darwiniana deve ser continuamente comparada com a evidência. Se ela não se encaixa com a evidência, ela deve ser reavaliada ou abandonada - do contrário, não é ciência, mas mito.
Evidência a favor da evolução
Quando são instados a relacionar a evidência para evolução darwiniana, a maioria das pessoas - inclusive a maioria dos biólogos - dá a mesma série de exemplos, porque todas elas aprenderam biologia dos mesmos poucos livros-texto. O exemplos mais comuns são:
· um balão de vidro de laboratório contendo uma simulação da atmosfera primitiva da Terra, no qual descargas elétricas produzem os tijolos construtores químicos das células vivas;

· a árvore da vida, reconstruída de um amplo e crescente corpo de evidência fóssil e molecular;

· estruturas ósseas semelhantes em asa de morcego, nadadeira de golfinho, a perna de um cavalo e uma mão humana que indicam a sua origem evolutiva num ancestral comum;

· figuras ou fotografias de embriões mostrando que os anfíbios, répteis, aves e seres humanos são todos descendentes de um animal tipo peixe;

· Archaeopteryx, um fóssil de ave com dentes nas suas mandíbulas e garras nas suas asas, o elo perdido entre os répteis antigos e as aves modernas;

· as mariposas de Manchester (Biston betularia) em troncos de árvores, mostrando como a camuflagem e as aves predatórias produziram o exemplo mais famosos de evolução por seleção natural;

· os tentilhões de Darwin nas ilhas Galápagos, treze espécies separadas de uma quando a seleção natural produziu diferenças nos seus bicos, e que inspirou Darwin a formular a sua teoria da evolução;

· moscas de frutas com um par extra de asas, mostrando que as mutações genéticas podem fornecer a matéria-prima para a evolução [N. deste A.: exemplo não encontrado em livros-texto brasileiros];

· um padrão tipo galhos de árvore dos fósseis de cavalo que refuta a idéia obsoleta de que a evolução foi dirigida, e

· desenhos de criaturas tipo macacos-antropóides evoluindo em humanos, mostrando que nós somos apenas animais e que a nossa existência é um subproduto de causas naturais sem propósitos.

Estes exemplos são tão freqüentemente usados como evidência a favor da teoira de Darwin que a maioria deles foi chamada de "ícones" da evolução. Ainda assim todos eles, de um modo ou de outro, descrevem enganosamente a verdade.
Ciência ou mito?
Alguns desses ícones da evolução apresentam pressuposições ou hipóteses como se eles fossem fatos observados; nas palavras de Stephen Jay Gould, eles são "as encarnações de conceitos mascarando como se fossem descrições neutras da natureza". Outros ocultam as veementes controvérsias entre os biólogos que têm implicações de longo alcance para a teoria evolutiva. O pior de tudo, algumas delas são diretamente contrárias à evidência científica bem estabelecida.
A maioria dos biólogos não tem consciência desses problemas. Na verdade, a maioria dos biólogos trabalha em áreas bem distantes da biologia evolutiva. A maior parte do que eles sabem sobre a evolução, eles aprenderam de livros-texto de biologia e os mesmos artigos de revistas e documentários de televisão que são vistos pelo público geral. Mas os livros-texto e as apresentações populares se apóiam primariamente nos ícones da evolução, assim, até onde muitos biólogos estão interessados, os ícones são a evidência a favor da evolução.
Alguns biólogos estão cientes das dificuldades de um ícone particular porque isso distorce a evidência na sua área. Quando eles lêem a literatura científica na especialidade deles, eles podem perceber que o ícone induz ao erro ou é inequivocadamente falso. Mas eles podem sentir que isso é apenas um problema isolado, especialmente quando eles são assegurados de que a teoria de Darwin é apoiada por esmagadora evidência de outras áreas.
Se eles acreditam na exatidão fundamental da evolução darwiniana, eles podem deixar de lado os seus receios sobre o ícone particular do qual eles conhecem algo a respeito. Por outro lado, se eles expressarem os seus receios eles podem encontrar dificuldade em serem ouvidos pelos seus colegas porque [como Wells demonstra no livro], criticar a evolução darwiniana é extremamente impopular entre os biólogos de fala inglesa. [51]
Isso deve ser porque os problemas com os ícones da evolução não mais amplamente conhecidos. Esta é a razão por que muitos biólogos ficarão tão surpresos quanto o público geral em saber quão sérios e difundidos são esses problemas". [52]
Os capítulos do livro de Wells comparam os ícones da evolução com a evidência científica publicada, e revelam que muito do que nós ensinamos sobre a evolução está errado. Ele comenta que "este fato levanta questões embaraçosas sobre o status da evolução darwiniana. Se os ícones da evolução são tidos como a nossa melhor evidência a favor da teoria de Darwin, e todos eles são falsos ou induzem ao erro, o que isso nos diz sobre toda a teoria? É ciência ou mito?" [53]

8 – O Design Inteligente nas Estrelas – Guillermo Gonzalez e Jay Richards - The Privileged Planet

Segundo o astrônomo Carl Sagan “A Terra é um estágio muito pequeno numa vasta arena cósmica… As nossas presunções, a nossa imaginada auto-importância, a ilusão de que nós temos alguma posição privilegiada no universo são desafiadas por este ponto de luz pálida“. (Carl Sagan, Pale Blue Dot, 1994).
A
Terra seria meramente uma mancha insignificante num universo vasto e sem sentido como sugeriu Carl Sagan? Ao contrário, no livroThe Privileged Planet: How Our Place in the Cosmos Is Designed for Discovery, o astrônomo Guillermo
Gonzalez e o filósofo Jay W. Richards apresentam uma tremenda série de evidência que expõe a falsidade deste dogma moderno. Eles demonstram que o nosso planeta é primorosamente adaptado não somente para suportar a vida, mas nos dar a melhor visão do universo, como se a Terra - e o universo em si - tivessem sido intencionalmente projetados para a vida e para a descoberta científica.


Na verdade, a Terra é bastante mais significante do que alguém já tenha eventualmente chegado à conclusão. Neste livro provocante, os leitores são levados a uma odisséia científica da história das placas tectônicas, das maravilhas da água, dos eclipses solares, de nossa localidade na Via Láctea, das leis que governam o universo, e o princípio do tempo cósmico.
Por séculos os cientista e filósofos têm-se maravilhado de uma coincidência estranha. A matemática, uma criação da mente humana, pode predizer a natureza do universo, um fato que o físico Eugene Wigner [54] se referiu como "a eficácia excessiva da matemática na física". Nas últimas três décadas, os astrônomos e cosmólogos repararam num outro mistério aparentemente não relacionado. Ao contrário de todas as expectativas, as leis da física parecem exatamente "bem ajustadas" para a existência da vida complexa.
Poderiam estas duas maravilhas serem, na verdade, peças isoladas de um padrão mais amplo? As duas são pré-requisitos para a ciência, mas e sobre o processo de descoberta científica? Quais são as suas condições necessárias? Por que isso é até possível? Leia qualquer livro de história da ciência, e você aprenderá sobre as histórias magnificentes da engenhosidade humana, persistência, e pura sorte. Mas isso é apenas parte da história, e nem é a parte mais importante. A nossa localização é muito mais crítica para a ciência do que é para um ponto imobiliário.
Por alguma razão, a nossa localização terrestrial é extraordinariamente bem adequada para nos permitir que esquadrinhemos os céus e descubramos os seus segredos.
Em outro lugar, você pode descobrir que a Terra e o seu ambiente local fornecem um berço delicado, e provavelmente raríssimo, para a vida complexa. Mas há um outro fato ainda mais surpreendente descrito no livro The Privileged Planet: aquelas mesmas condições raras que produzem um planeta habitável - que permite a existência de observadores complexos como nós - também fornece o melhor lugal global para a observação.
O que isso significa? Pelo menos, isso muda completamente a nossa visão do universo. O universo não é "sem significado" (Steven Weinberg), nem a Terra meramente "um pontinho solitário no grande invólucro da escuridão cósmica, tampouco a existência humana é "apenas um resultado mais ou menos ridículo de uma série de acidentes" (Steven Weinberg). Pelo contrário, a evidência que nós podemos descobrir de nosso lar terrestre aponta para um universo que foi planejadopara a vida e para a descoberta [científica].


9 – A Dissensão científica contra Darwin no Século 21
Mais de 450 cientistas (de várias disciplinas), convencidos por novas evidências científicas de que a evolução darwiniana é deficiente, assinaram uma lista afirmando serem “céticos das afirmações que a mutação aleatória e a seleção natural expliquem a complexidade da vida. O exame meticuloso da evidência a favor da teoria darwiniana deve ser encorajado”.
http://www.discovery.org/scripts/viewDB/filesDB=download.php?command=download&id=443
(Um arquivo em PDF de 13 páginas [66,9 KB].

Acessado em 15 de outubro de 2005 – Dia do Professor).
CONCLUSÃO
Embora parte da comunidade científica negue veementemente que haja uma crise no atual paradigma neodarwinista porque não resolve suas muitas anomalias, algumas vozes menos dogmáticas e mais sensatas já admitem a inadequação do neodarwinismo e sugerem a sua revisão (pós-darwinismo???) ou simplesmente o seu descarte.
Foi em cima dessas dificuldades que surgiu o MDI e a TDI. Aqui no Brasil a TDI tem feito algumas incursões tímidas e conseguido o apoio de um pequeno grupo de acadêmicos e alunos universitários que, lamentavelmente, ainda não podem se identificar como seus proponentes e defensores.
O MDI propõe a TDI como a melhor inferência para explicar alguns eventos encontrados na natureza. A TDI não se julga uma theoria universalis, e no seu atual estágio de teoria científica incipiente (10 anos), nós entendemos que devemos sim continuar apontando a insuficiência epistêmica do darwinismo e de outras teorias para explicar a origem e evolução da complexidade e diversidade da vida e do universo e trazer a TDI para o debate acadêmico salutar: nada de inquisição sem fogueiras ou de caça às bruxas como já ocorre com alguns acadêmicos nos Estados Unidos.
Qual será o referencial teórico para a biologia do século 21?
[46] BEHE, Michael. A Caixa Preta de Darwin. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1997, p. 24 citando a Darwin no Origem das Espécies.
[47] Ibid., p. 48.
[48] DEMBSKI, William. No Free Lunch. Lanham, MD: Roman & Littlefield Publishers, Inc., 2002, Cap. 5 The Emergence of Irreducibly Complex Systems, p. 239-310.
[49] SHAPIRO, James. In the Details... What?, in National Review, 16 Set. 1996, p. 62-65.
[50] WELLS, Jonathan. Icons of Evolution: Science or Myth? Why much of what we teach about evolution is wrong. Washington, D.C., 2000, p. 1-4.
[51] N. do A.: este fenômeno é mundial. Podemos criticar o governo, mas não podemos criticar Darwin. Nem mesmo cientificamente!
[52] WELLS, op. cit., p. 4-8.
[53] Ibid, p. 8.
[54] N. do A.: Eugene Wigner, prêmio Nobel em Física, 1963, pela sua contribuição à teoria do núcleo atômico e as partículas elementares, especialmente através da descoberta e aplicação dos princípios fundamentais de simetria.

Os céticos sofisticados contra Darwin – Parte 2

O Movimento do Design Inteligente
Baseado no livro Doubts about Darwin de Thomas E. Woodward, Ph. D. e escritos de outros teóricos do MDI

3 – Darwin no Banco dos Réus: A Retórica Revolucionária de Phillip Johnson
Em outubro de 1987, dois livros mudaram o rumo do ano sabático de Phillip Johnson [i] em Londres: O Relojoeiro Cego de Richard Dawkins e Evolution: A Theory in Crisis [Evolução: uma teoria em crise] de Michael Denton.
Um debate virtual se instalou na mente de Johnson entre os dois autores sobre uma questão fundamental: o que realmente é conhecido com certeza sobre a origem e a diversidade da vida?
Denton, o cético secular, atacou a macroevolução como sendo empiricamente vazia, uma concha de teia de aranha apoiada pelas forças sociológicas de um paradigma.
Dawkins, o crente e cruzado darwinista fervoroso, defendia o darwinismo como sendo absolutamente convincente e apoiado pelo raciocínio lógico de suas simulações em computador chamadas de biomorfos.
No seu retorno à Universidade da Califórnia – Berkeley em agosto de 1988, Johnson trouxe um longo texto intitulado Science and Scientific Naturalism in the Evolution Controversy [A ciência e o naturalismo científico na controvérsia da evolução].
Ele adotou uma estratégia básica e singular a fim de que esta crítica ao darwinismo fosse seriamente levada em consideração e evitar que fosse desconsiderada como sendo mais uma proposição da ciência da criação:
(1) Excluiu o Gênesis e a fé bíblica como fatores relevantes em testar a fé darwinista;

(2) Embora admitisse sua posição teísta, Johnson destacou que muitos na área da biologia evolutiva também têm posições religiosas fortes
contrárias [ateísmo]. Aos mais dogmáticos ele os nomeou como darwinistas fundamentalistas.

O objetivo principal de Johnson era fazer com a questão da teoria geral da evolução não ser verdadeira chegasse à mesa de discussão. Ele conseguiu isso em 23 de setembro de 1988 num seminário realizado com 20 professores universitários da UC-Berkeley.
O livro de Johnson Darwin on Trial [Darwin no banco dos Réus] publicado em 1991 foi um manifesto intelectual selvagem para esmagar a oposição e expor o darwinismo como pseudociência. A crítica severa de Johnson encontra-se logo no começo do livro:
"O meu propósito é examinar a evidência nos seus próprios termos, sendo cuidadoso em distinguir a própria evidência de qualquer viés religioso ou filosófico que possa distorcer a nossa interpretação daquela evidência. Eu admito que os cientistas da criação têm este preconceito pelo seu pré-compromisso com o fundamentalismo bíblico, e eu terei muito pouco a dizer sobre a posição deles. A questão que eu quero investigar é se o darwinismo é baseado numa avaliação imparcial da evidência científica ou se é outro tipo de fundamentalismo". [ii]
Johnson afirma, como Denton, que a microevolução é ciência respeitável, mas ataca implacavelmente a macroevolução como sendo um empreendimento irreal. As teses negativas de Johnson são:
T1 - Evidência científica: As evidências biológicas e paleontológicas e outros dados científicos, com poucas exceções, tendem a falsificar a história darwiniana de macroevolução e o seu prelúdio químico da origem da vida.

T2 - Base filosófica do darwinismo: A macroevolução darwiniana, como uma afirmação ampla da verdade é baseada fundamentalmente na pressuposição filosófica do naturalismo. Para Johnson, o naturalismo é a filosofia que "supõe que todo o domínio da natureza seja um sistema fechado de causas e efeitos materiais que não podem ser influenciados por qualquer coisa 'externa'. [iii]

T3 – A 'retórica pretensiosa': Quando o darwinismo é colocado em questão, ele é rotineiramente protegido por rótulos vazios, manipulações semânticas e lógica defeituosa.

T4 - As funções religiosas-mitológicas do darwinismo: Portanto, o darwinismo funciona como o mito cosmológico central da cultura moderna - como a peça central de um sistema quase religioso que é conhecido a priori como verdadeiro, em vez de uma hipótese científica que deve submeter-se a teste rigoroso.

O livro de Johnson pode ser considerado um manifesto light projetado para destruir o estereótipo Bíblia vs. Ciência que dominou o debate sobre a evolução. A questão central que permeia a argumentação do livro é - Qual é a base para a suprema confiança de muitos cientistas de que as leis científicas e o acaso são suficientes para explicar o surgimento de toda a complexidade e diversidade da vida?
O ponto sustentado em Darwin on Trial é de que se descobre o naturalismo metafísico e não a evidência empírica como sendo a base dessa confiança. Isso é demonstrado através de um modelo de histórias [MH] utilizado ao longo do livro:
MH1 - As histórias jurídicas. O julgamento de Scopes de 1925 é brevemente recontado a fim de destruir a lenda do filme "Inherit the Wind" [O vento por herança]. [iv]
Depois aborda o caso mais importante da Suprema Corte americana - Edwards vs. Aguillard de 1987.

Embora a Supema Corte tenha considerado a 'ciência da criação' como religiosamente motivada, a opinião discordante do juiz Antonin Scalia ficou registrada no processo:

"O povo da Louisiana, inclusive aqueles que são cristãos fundamentalistas, têm o direito, como uma questão secular, a ter qualquer evidência científica que haja contra a evolução apresentada nas suas escolas, assim como o sr. Scopes teve o direito de apresentar qualquer evidência científica que houvesse a favor". [v]

MH2 - As tendências religiosas dos darwinistas modernos. A literatura darwinista moderna está cheia de conclusões antiteístas apresentadas, não como opiniões pessoais, mas como implicações lógicas da ciência evolutiva objetivando afastar as pessoas mais educadas da crença no sobrenatural.

Exemplos: "O homem é o resultado de um processo sem propósito e natural que não o tinha em mente" [vi]; "penso igualmente que, antes de Darwin, o ateísmo até poderia ser logicamente sustentável, mas que só depois de Darwin é possível ser um ateu intelectualmente satisfeito". [vii]

MH3 - A história das controvérsias darwinianas. (1) A controvérsia de Colin Patterson. Pouca gente sabe que em 1981, o renomado paleontólogo britânico Colin Patterson visitou vários centros de evolucionistas perguntando: "Você pode me dizer alguma coisa que você saiba sobre a evolução que seja verdadeira? Patterson recebeu como resposta o silêncio.

Ele fez dois comentários provocadores na palestra: (A) Os evolucionistas estão falando igual os criacionistas - "eles apontam para um fato, mas não podem fornecer uma explicação dos meios", (B) e que tanto a evolução como a criação são formas de "anticonhecimento", i.e. eles "são conceitos que parecem implicar em verdadeira informação, mas não são". [viii]

(2) A controvérsia entre Kristol e Gould. Irving Kristol, um teórico social, propôs uma correção conciliatória num artigo no New York Times: "Se a evolução fosse ensinada mais cautelosamente, como uma idéia conglomerada consistindo de hipóteses conflitantes em vez de uma certeza incontestável, isso seria menos controverso" e que os fundamentalistas não estavam "fora de base quando eles afirmam que a evolução ... tem um ponto anti-religioso injustificado". [ix]

Gould criticou Kristol e negou que a ciência evolutiva seja anti-religiosa e que Kristol ignorava a distinção importante entre fato e teoria. Há hipóteses conflitantes sobre o mecanismo exato da evolução, "mas a evolução é também um fato da natureza, tão bem estabelecido como o fato de a Terra girar em torno do Sol". [x]

Johnson destrói a analogia de Gould: "A analogia é espúria. Nós observamos diretamente que as maçãs caem quando são soltas, mas nós não observamos um ancestral comum para os macacos modernos e os humanos. O que nós observamos é que os macacos e os humanos são física e bioquimicamente mais parecidos um com o outro em vez de serem parecidos com coelhos, cobras ou árvores. O ancestral comum do tipo macaco é uma hipótese numa teoria que se propõe explicar como surgiram essas grandes e pequenas semelhanças. A teoria é plausível, especialmente para um materialista filosófico, mas apesar disso pode ser falsa. A verdadeira explicação para as relações naturais pode ser algo mais misterioso". [xi]

Em 1980, Gould escreveu um artigo concentrando não na tese do ancestral comum (aceita por todos os evolucionistas), mas como que isso se deu - pela acumulação gradativa de mudanças adaptativas via mutação e seleção. Gould concluiu que a síntese neodarwinista "como proposição geral, está efetivamente morta, apesar de sua persistência como ortodoxia de livro-texto". [xii]

Porque Gould admitiu um ponto devastador ao cenário darwinista do surgimento da diversidade da vida como uma teoria geral defunta, Johnson esperava que Gould, tendo já desconsiderado o mecanismo darwiniano, fosse abraçar a sugestão de Kristol de ensinar a evolução com mais cuidado.

MH4 – A história da seleção natural. São duas as perguntas que Johnson faz: (1) Quanto os evolucionistas sabem realmente sobre o processo pelo qual todos os seres vivos evoluíram de ancestrais microbiano? (2) Especificamente, eles sabem realmente o que eles vêm afirmando saber - que foi um processo inconsciente? [xiii]

Esta ênfase na alegada ignorância do como da evolução torna-se lógico para Johnson atacar os dois lados do mecanismo do neo-darwinismo - a seleção natural que peneira e adiciona as mutações benéficas.

4 - O avanço das idéias de Johnson nos anos 90s do século 20
Após a publicação de Darwin on Trial, Johnson começou a circular pelos campus das universidades americanas acelerando assim dois processos retóricos importantes: o envolvimento vigoroso e determinado com os seus críticos e o recrutamento e treinamento de novos e brilhantes revolucionários (especialmente colegas com qualificações acadêmicas que colaborariam na pesquisa, crítica, conceituação teórica e persuassão).
Johnson tornou-se conhecido pelas suas palestras, conferências e debates. A sua oratória rapidamente tornou-se uma de suas mais eficientes maneiras de influenciar audiências universitárias.[xiv]
Este trabalho em conjunto, mais esses dois processos reciclados (envolvimento – recrutamento – nova publicação – mais envolvimento) transformou o Movimento do Design Inteligente [MDI] de um comitê de rebeldes externos numa rede bem organizada e agressiva de centenas de ativistas que começaram o trabalho de persuassão em suas próprias universidades como Harvard, Yale, Princeton, Cornell entre outras..
O primeiro desses dois processos começou com o livro Darwin on Trial e depois com mais outros livros de Johnson. [xv] As resenhas críticas deste livro, a maioria negativa, tentaram desqualificá-lo como crítico competente em vez de lidarem com as suas principais críticas – a macroevolução e o poder criativo da seleção natural.
A mais importante das interações com acadêmicos se deu em 1994 na Stanford University com William Provine, historiador e filósofo de biologia da Cornell University. [xvi] Este debate colocou o Design Inteligente em destaque de duas maneiras: foi mais um veículo para divulgar a crítica de Johnson contra a macroevolução baseada na evidência e a afirmação de Provine de que o livre arbítrio é uma miragem, além de ter repetidamente desprezado a crença de Johnson em Deus – isso serviu para ilustrar a tese de que o darwinismo funciona tanto como um quadro de crenças filosóficas antiteístas e como um quadro de pesquisa científica.[xvii]
Em 26 de julho de 1991, a revista Science, da American Association for the Advancement of Science – AAAS, publicou uma nota anônima Johnson vs. Darwin criticando severamente o Darwin on Trial como sendo um livro potencialmente perigoso. [xviii]
Michael Behe foi um biólogo que notou a coluna da revista Science. Em 1987 ele já tinha se tornado cético do darwinismo após ter lido o livro de Denton Evolution: A Theory in Crisis. Ele já tinha lido Darwin on Trial assim que foi publicado e ficou impressionado com o modo de Johnson lidar com as questões científicas. Motivado pelo tratamento dado a Johnson, Behe escreveu uma carta à Science que foi publicada em 30 de agosto de 1991. Ele começou a carta destacando que a nota concisa sobre o Darwin on Trial é:
"uma boa ilustração do fracasso da comunidade científica em seguir o seu próprio conselho sobre a controvérsia perene da evolução. Em vez de simplesmente lidar com os argumentos céticos promovidos no livro, o artigo se apóia em comentários ad hominem ...

Também é verdade que governos fascistas apoiaram o darwinismo, que a maioria dos cientistas não é de especialistas em lógica, e que muitos comentaristas da evolução são predispostos a favor do materialismo puro. Mas tudo isso é insultar e bem fora de base.

No seu livro, Johnson aparenta ser um leigo interessado, de mente aberta e muito inteligente que percebe grandes conclusões tiradas de pouca evidência, destaca anomalias em atuais explicações evolucionárias, e chega à sua própria conclusão, ainda bem, sobre a validade da teoria de Darwin. Um homem desses merece ser ouvido e não ser execrado.

A teoria da evolução pela seleção natural não é um conceito difícil de ser entendido, e Charles Darwin se dirigiu a uma audiência geral. Mas não é auto-evidente para muitas pessoas que a seleção natural pode ser totalmente responsável pelo mundo que elas observam.

Assim, quando perguntas sobre a teoria surgem em fóruns públicos, a comunidade científica faria melhor, a longo prazo, relacionar os fatos a favor e admitir francamente onde falta evidência positiva, em vez de paternalisticamente manter que um entendimento da teoria da evolução está reservada para o sacerdócio de cientistas profissionais". [xix]
Esta frase-estigma sacerdócio de cientistas profissionais usada por Behe pode ser assim traduzida: os cientistas darwinistas são os nossos atuais alto sacerdotes culturais que mediam o conhecimento para as massas. O paradigma deles é tido como sendo verdadeiro “a priori” e não está aberto ao questionamento.
Após ler a carta de Behe, Johnson escreveu agradecendo e convidando-o para ser um colaborador.
A segunda mais importante interação com acadêmicos se deu em março de 1992 no campus da Southern Methodist University em Dallas, Texas: Darwinism Symposium [Simpósio sobre o darwinismo], com a seguinte tese a ser debatida: O darwinismo e o neodarwinismo, como são geralmente defendidos em nossa sociedade trazem consigo um compromisso “a priori” com o naturalismo metafísico, que é essencial para fazer um caso convincente em favor deles".
Foram três dias de debates entre os dez participantes – cinco evolucionistas e cinco proponentes do Design, com a apresentação de William Dembski e Steve Meyer. [xx]
No verão americano de 1996, duas bombas retóricas sacudiram o mundo da ciência biológica. A primeira foi a publicação do longo ensaio Deniable Darwin de David Berlinski, um intelectual judeu agnóstico, na conceituada publicação Commentary . A tese de Berlinski foi: o registro fóssil é incompleto, o raciocínio é defeituoso; a teoria da evolução está apta para sobreviver?
O artigo de Berlinski provocou um tsunami de cartas de indignação (Richard Dawkins e Daniel Dennett entre outros evolucionistas importantes) e congratulações que a Commentary publicou cinqüenta e seis cartas em trinta e três páginas. Os editores esperavam que o artigo de Berlinski fosse gerar tão-somente tremores; o que eles tiveram foi um terremoto.
Em agosto de 1996 a segunda bomba antidarwinista explodiu. O livro Darwin's Black Box, escrito por Michael Behe, professor na Lehigh University, foi publicado pela Free Press, subsidiária da importante editora Simon and Schuster.
Este livro foi discutido na Newsweek, no Wall Street Journal, National Review, The Chronicle of Higher Education; e a Nature.
[i] Hoje Johnson é professor de Direito Emérito. Na ativa foi professor na cadeira professoral "Jefferson E. Peyser" da Faculdade de Direito da University of California, Berkeley. UCLA-Berkeley é uma universidade conhecida internacionalmente pelos seus alunos e professores 'radicais'.
[ii] JOHNSON, Phillip. Darwin on Trial. Downers Grove, IL: InterVarsity Press, 2a. ed. 1993, p. 14.
[iii] Ibid, p. 116.
[iv] William Jennings Bryan, que não acreditava literalmente nas narrativas bíblicas, enfrentou um interrogatório que usou 'evidência científica' que logo em seguida foi cientificamente desacreditada!
[v] Ibid, p. 6-7.
[vi] Ibid, p. 116.
[vii] DAWKINS, Richard. O relojoeiro cego. São Paulo: Cia. das Letras, 2001, p. 24-25.
[viii] JOHNSON, op. cit., p. 10.
[ix] Ibid, p. 10-11.
[x] Ibid, p. 11.
[xi] Ibid, p. 66-67.
[xii] Ibid, p. 11.
[xiii] Ibid, p. 10, 12, 14 e 158.
[xiv] Em campus de universidades como Harvard, Yale, Princeton, Cornell entre outras.
[xv] Reason in the Balance: The Case Against Naturalism in Science, Law, & Education; Objections Sustained Subversive Essays
on Evolution, Law and, Culture; Defeating Darwinism - By Opening Minds; The Wedge of Truth; The Right Questions: Answering the Toughest Questions about Intelligent Design.
[xvi] O vídeo deste debate Darwinism: Science or Naturalistic Philosophy? The Johnson-Provine Debate pode ser encontrado no site http://www.arn.org
[xvii] Vide o vídeo da nota 41.
[xviii] Johnson vs Darwin, Science, 26 July 1991, 379.
[xix] Science Letters, 30 August 1991.
[xx] Michael Ruse; Arthur Shapiro, zoólogo (UCSD); Leslie Johnson, palestrante em biologia (Princeton University); Fred Grinne, professor de biologia (UT em Arlington) e K. John Morrow, professor de biologia na Texas Tech University.

Os céticos sofisticados contra Darwin – Parte 1

sábado, janeiro 28, 2006

O Movimento do Design Inteligente
Baseado no livro Doubts about Darwin de Thomas E. Woodward, Ph. D. e escritos de outros teóricos do MDI

INTRODUÇÃO
A idéia de design é muito antiga - desde os tempos de Sócrates e Platão, [1] e o termo “design inteligente” como alternativa ao processo evolutivo cego e aleatório darwinista foi usado em 1897 por F.C.S. Schiller, erudito da Oxford University, num ensaio intitulado Darwinism and Design Argument. Ele afirmou: “não será possível excluir a suposição de que o processo da Evolução possa ser guiado por um design inteligente”. [2]
Mais recentemente durante as últimas décadas, as descobertas em física, astronomia, teoria da informação, bioquímica, genética e disciplinas afins forneceram as bases para o desenvolvimento da moderna Teoria do Design Inteligente [TDI]. Muitas dessas idéias centrais já estavam sendo articuladas por cientistas e filósofos da ciência no começo dos anos 80 do século 20.
Este presente estudo histórico visa discorrer sobre uma dissensão científica contra Darwin desde os anos 60 do século 20, seus principais atores e de como surgiu o Movimento do Design Inteligente [MDI] contemporâneo nos Estados Unidos.
Ao contrário do veiculado na Grande Mídia [GM] e negado pela Academia, existe sim uma controvérsia e dissensão científicas sobre a validade da teoria geral da evolução (processos macroevolutivos). A TDI se apresenta como a melhor inferência às evidências encontradas na natureza para explicar a origem e a evolução do universo e da vida.
1 – Rumores de Dissensão Científica contra Darwin no Século 20
As primeiras indicações de uma dissensão científica contra Darwin começaram com o Wistar Symposium [Simpósio Wistar] realizado no centro de pesquisas Wistar Institute da Universidade da Pensilvânia, em julho de 1966, em resposta às descobertas de Murray Eden e seus colegas.
Em 1965, Murray Eden, então professor de engenharia elétrica no MIT – Massachusetts Institute of Technology, juntamente com o matemático francês Marcel Paul Schutzenberger (1920-1996), membro da Academia Francesa de Ciência, e outros, começaram a modelar a seleção natural de mutações aleatórias usando a teoria da probabilidade.
Após muitas tentativas de modelar o mecanismo darwiniano positivamente, este grupo de pesquisadores ficou surpreso com os resultados consistentemente negativos. Eles experimentaram novos algoritmos e isso só aumentou a frustração e o ceticismo deles da noção de ‘aleatoriedade’ nas mutações como matéria prima da evolução.
Esse ceticismo do mecanismo mutação-seleção natural chegou ao conhecimento de eminentes biólogos evolucionistas. Em questão de meses foi agendada uma reunião com a presença de diversos cientistas darwinistas para discutirem o problema com o grupo de Eden. [3]
No seu discurso de abertura, Sir Peter Brian Medawar, [4] prêmio Nobel em Medicina (1960), reconheceu a existência de um amplo sentimento de ceticismo sobre a questão do acaso na evolução, sentimento este que ele bem definiu como: “algo está faltando na teoria ortodoxa”. [5]
D. S. Ulam, matemático, argumentou ser altamente improvável que o olho pudesse ter evoluído pelo acúmulo de pequenas mutações, pois o número de mutações seria tão imenso e o tempo disponível não seria bastante suficiente para que elas surgissem.
Medawar disse que os matemáticos estavam pensando ao contrário na sua avaliação científica. Ele salientou que o olho tinha evoluído e que esta questão simplesmente não era considerada duvidosa.
O problema da plausibilidade de o olho não ter evoluído foi considerado como sendo devido a erros ou lapsos nas equações dos matemáticos. O biólogo Ernst Mayr, da Harvard University, disse: “De algum modo ou de outro, ajustando estes resultados, nós vamos nos sair bem. Nós nos confortamos com o fato de que a evolução [do olho] aconteceu”. [6]
Os dois grupos de cientistas foram extremamente sensíveis quanto à conexão e percepção dos alegados defeitos do neoDarwinismo como sendo criacionismo. Schutzenberger, cético, disse: “Há uma lacuna considerável na teoria neodarwinista da evolução, e nós cremos que esta lacuna é de tal natureza que uma conexão não pode ser feita dentro da atual concepção da biologia”.
C. H. Waddington, darwinista, replicou: “O seu argumento é simplesmente que a vida deve ter surgido por criação especial”. Schutzenberger e outros cientistas responderam “Não”! [7]
A reunião no Wistar Institute, em termos retóricos, resultou num ‘beco sem saída’, mas deixou um documento importante para a história da ciência biológica: Mathematical Challenges to the Neo-Darwinian Interpretation of Evolution: as objeções contra os mecanismos darwinistas eram feitas agora em termos matemáticos e empíricos.
Não foram apenas os matemáticos os únicos céticos a levantar tais questões nos anos 60 do século 20. Em 1969, o jornalista e filósofo britânico Arthur Koestler organizou o Alpbach Symposium [Simpósio Alpbach] Beyond Reductionism [Além do Reducionismo] com “o expresso propósito de reunir biólogos críticos do Darwinismo ortodoxo”. [8]
Koestler convidou apenas “personalidades na vida acadêmica com autoridade inquestionável nas suas áreas respectivas que, no entanto, compartilham desse santo descontentamento”. [9] Koestler escreveu um livro com o mesmo título provocador do simpósio: Beyond Reductionism. [10]
Este antievolucionismo científico nem sempre questionou a macroevolução, mas sempre atacou o mecanismo de mutação e seleção natural. O exemplo mais importante deste gênero é o livro L’Evolution du Vivant[11] do renomado zoólogo francês Pierre Grassé. Não tendo um substituto detalhado para o mecanismo de Darwin, Grassé sugeriu apenas que “fatores internos misteriosos” nos organismos os capacitam a evoluir em complexidade e diversidade e que somente os fósseis podem lançar a luz definitiva sobre a história da evolução .
Ele concluiu o seu livro de maneira inusitada e provocadora: “É possível que neste domínio, a biologia, impotente, dê lugar à metafísica”.
Theodosius Dobzhansky, biólogo da Columbia University, um dos fundadores do neoDarwinismo e considerado o pai da genética moderna, escreveu uma resenha respeitosa, mas resistente a Grassé:
“Postular que a evolução é ‘orientada’ por alguma força desconhecida não explica nada... Mas rejeitar o que é conhecido e apelar para alguma futura descoberta misteriosa que possa explicar tudo, é contrário ao conceituado método científico”.
Dobzhansky resumiu assim o livro de Grassé:
“O livro de Grassé é um ataque frontal a todos os tipos de Darwinismo. O propósito dele é de ‘destruir o mito da evolução, como um fenômeno simples, entendido e explicado’, e demonstrar que a evolução é um mistério sobre o qual pouco é, e talvez possa ser, conhecido”.
Apesar de discordar, Dobzhansky demonstrou respeito pelo caráter e reputação científica de Grassé:
“Ora, alguém pode discordar de Grassé, mas não ignorá-lo. Ele é o mais distinto dos zoólogos franceses, o editor de 28 volumes do Traité de Zoologie, autor de numerosas investigações originais, e ex-presidente da Academia de Ciência. O seu conhecimento do mundo vivo é enciclopédico”. [ênfase adicionada] [12]
Esse conhecimento enciclopédico de biologia por Grassé pesou muito na consideração do seu forte ceticismo sobre o papel da seleção natural na macroevolução.
Foi em 1962 que surgiu um livro que foi lido, citado, discutido, debatido e amplamente aplicado em várias áreas do conhecimento humano por historiadores, filósofos e cientistas: A Estrutura das Revoluções Científicas de Thomas Kuhn. [13] Neste livro, Kuhn desmanchou a visão tradicional de que a ciência era estável, gradualmente progressiva e estritamente objetiva. A obra de Kuhn surgiu justamente numa época em que ocorriam os primeiros ataques sofisticados contra o Darwinismo.
As idéias de Kuhn faziam claramente parte de uma sinergia de críticas científicas e de modos de questionamentos diferentes que tornou possível o que antes era impensável - a imagem do paradigma darwinista como uma fase prolongada, mas passageira e cheia de um fenômeno kuhniano: um paradigma em crise ‘esconde as suas anomalias’.
O Darwinismo que antes era considerado o ‘paradigma final’ da evolução que apenas podia ser estendido, preenchido e refinado, pela visão kuhniana, pode agora ser superado.
Grassé disse que a evidência dos fósseis reina suprema na demonstração do que realmente ocorreu na evolução, mas desde os dias de Darwin os paleontólogos têm buscado em vão a confirmação dessa história.
O problema da ausência persistente de gradualismo nas séries de fósseis levou Niles Eldredge (Curador de Invertebrados no Museu Americano de História Natural) e Stephen Jay Gould a elaborarem nos anos 70 do século 20 um novo modelo de mudança evolutiva chamado de equilíbrio pontuado:
“A extrema raridade de formas transicionais no registro fóssil persiste como o negócio secreto da paleontologia. As árvores genealógicas que adornam nossos livros-texto têm dados somente nas extremidades e nódulos de seus galhos; o resto é inferência, por mais que razoável, não é a evidência dos fósseis... Eu não quero de nenhuma maneira impugnar a validade potencial do gradualismo. Eu somente quero destacar que isso nunca foi ‘visto’ nas rochas”.[14] [ênfase inexistente]
O que antes era o negócio secreto da paleontologia Gould tornava público:
“... a história da maioria dos fósseis das espécies inclui duas características inconsistentes com o gradualismo: (1) Estase. A maioria das espécies não exibe mudança direcional durante a sua existência na Terra. Elas aparecem no registro fóssil parecendo muito semelhantes quando desapareceram; a mudança morfológica geralmente é limitada e sem direção. (2) Surgimento abrupto. Em qualquer área local, uma espécie não surge gradualmente pela transformação constante de seus ancestrais; ela aparece de uma vez e ‘plenamente formada’”. [15]
A proposta do equilíbrio pontuado de Eldredge e Gould foi uma solução revolucionária e conservadora. Modestamente revolucionária porque, contra Darwin, argumentavam que a porção significante da evolução não ocorre na transformação gradual de populações grandes e centrais, mas rapidamente em saltos evolutivos nas populações pequenas e isoladas em milhares de anos em vez de milhões de anos.
Com a teoria do equilíbrio pontuado de Eldredge e Gould tornou mais fácil elaborar um caso cogente contra a macroevolução, embora isso não fosse a idéia que eles quiseram encorajar. O reconhecimento desta anomalia significante - a descontinuidade das formas biológicas - iniciou um processo conceitual de crise kuhniana na biologia evolutiva.
Outras manifestações de ceticismo antidarwinista ocorreram antes de 1985 que ajudaram a moldar o terreno da retórica. Sir Fred Hoyle e Chandra Wickramasinghe argumentaram no livro Evolution from Space [16] que os processos aleatórios não poderiam ter formado a maquinaria bioquímica da célula, especialmente as enzimas.
Eles chegaram a esta conclusão após terem calculado essa probabilidade: seria 1 em 1040.000. Embora tenham proposto uma hipótese esdrúxula de panspermia, [17] eles afirmaram:
“A teoria de que a vida foi organizada por uma inteligência tem, nós cremos, uma probabilidade muito maior do que 1 em 1040.000 de ser a explicação correta dos muitos fatos discutidos em capítulos precedentes... As especulações do [livro] Origem das Espécies se mostraram errôneas... É irônico que os fatos científicos derrubem Darwin mas deixam William Paley, uma figura de deboche para o mundo científico há mais de um século, ainda no torneio com uma chance de ser o vencedor definitivo”. [18]

Uma linha cética mais prudente veio de Colin Patterson, do Museu Britânico. Já em 1981 ele era conhecido pela sua reputação de livre pensador herético na sua área de cladística [a taxonomia das espécies e outros grupos]. [19] Em 1981 este evolucionista agnóstico niilista ia de conferência em conferência fazendo a famosa pergunta embaraçosa aos cientistas:
“Vocês podem me dizer uma coisa que vocês sabem sobre a evolução, absolutamente qualquer coisa que seja verdadeira? Eu tentei essa pergunta com a equipe de geologia do Museu Field de História Natural e a única resposta que eu obtive foi silêncio. Eu a tentei com os membros do seminário de Morfologia Evolutiva na Universidade de Chicago, um corpo muito prestigiado de evolucionistas, e tudo que eu consegui lá foi silêncio por um longo tempo e eventualmente uma pessoa disse ‘Eu sei uma coisa - não deve ser ensinada no ensino médio’”. [20]

Apesar da fama que a experiência de Miller-Urey ganhou em 1953 e de aparecer até hoje em livros-texto de biologia, a teoria da evolução química se tornou uma área problemática após investigação interdisciplinar de químicos, biólogos, físicos, astrônomos, geólogos e geoquímicos para descobrir os caminhos pelos quais a natureza produziu os tijolos construtores da vida (nucleotídeos e aminoácidos) e a sua subseqüente ligação com cadeias de polímeros (proteínas, DNA e RNA) resultando em estruturas maiores e mais complexas chamadas de ‘protocélulas’.
Outro livro importante neste ceticismo sobre a origem e a evolução da vida é The Mystery of Life's Origin de Charles Thaxton, Walter Bradley e Roger Olsen. [21]

2 – A Crítica Secular Radical Antidarwinista de Michael Denton
Em 1985, Michael Denton, um bioquímico e médico britânico então desconhecido, publicou o livro Evolution: A Theory in Crisis [Evolução: Uma Teoria em Crise]. A tese radical desenvolvida por Denton é a inadequação epistêmica das idéias fundamentais da teoria da evolução de Darwin:
“Nenhum dos dois axiomas fundamentais da teoria macroevolutiva de Darwin - o conceito de continuidade na natureza... e a crença de que todo o design adaptivo da vida resultou de um processo cego aleatório - foram validados por uma única descoberta empírica ou avanço científico desde 1859”.[22]
Este livro de Denton serviu de ímpeto inicial, inspiração e razões do Movimento do Design Inteligente [MDI] nos Estados Unidos. Juntamente com o livro The Mystery of Life’s Origin, Denton praticamente estabeleceu o modelo retórico de valores, estilos de comunicação, propósitos, perspectivas e pressuposições do que veio a ser o genre retórico do Design.
A tese de Denton é construída em três etapas:
(1) ele estabelece a divisão entre as duas teorias de Darwin (‘teoria especial’ de especiação, chamada de ‘microevolução’ e da ‘teoria geral’ da evolução de todas as formas de vida a partir de um ancestral comum, chamada de ‘macroevolução’). Darwin já havia feito esta distinção no Origem das Espécies;

(2) Uma feliz concessão a Darwin de que a modesta teoria da microevolução tem boa razão de ser aceita por todos os biólogos e o público, mas adverte ser ilegítimo extrapolar a macroevolução da microevolução, cap. 4;


(3) Sujeitar a teoria da macroevolução de Darwin à investigação empírica: taxonomia, homologia, fósseis, morfologia hipotética de intermediários, análise estatística de processos de busca aleatória (caps. 5-9, 13), biologia molecular (caps. 11-12), a origem da vida e a evidência de seqüências de aminoácidos em proteínas.

Esses capítulos questionam duas pedras fundamentais darwinianas de macroevolução - o mecanismo (seleção de mutações aleatórias) e o fenômeno da ‘continuidade biológica’ (a interconexão das coisas vivas numa linhagem contínua de descendência. Denton pergunta: Há evidência empírica de transições, ou nós plausivelmente podemos reconstruir uma série de intermediários hipotéticos?
Com esses questionamentos, Denton avança para uma tese central radical: A macroevolução - o contínuo desenvolvimento evolutivo através da seleção de mutações aleatórias - não é apoiada por descobertas em qualquer área da biologia. A teoria não é apoiada por evidência empírica nem por experimentos conceituais, isto é, por tentativas de se reconstruir caminhos evolutivos plausíveis.
A pergunta que alguns na Academia não querem que seja feita, e que a GM não divulga, é: Se é este o verdadeiro estado da evidência, por que a comunidade científica diz ao público que a teoria de Darwin não é mais uma TEORIA, mas um FATO?
No seu último capítulo, Denton tenta responder esta pergunta apresentando a segunda tese importante, com um corolário kuhniano: É a ‘prioridade do paradigma’ que torna esses problemas e anomalias darwinianas invisíveis. Ele conclui que enquanto não surgir uma teoria naturalista melhor do que o paradigma de Darwin, ele deve ser e será considerado como verdade científica.
Denton desenvolveu no seu livro a lógica anti-narrativa. São dois tipos distintos de anti-narrativas. A primeira subverte e inverte a história ortodoxa da ascensão do Darwinismo, mudando de um triunfo da verdade para o mergulho numa nova Idade das Trevas, a tirania do dogma que entorpece as mentes: a teoria darwinista se transformou num axioma auto-evidente que não há necessidade de prova.
Nesta anti-narrativa histórica revisionista, antigos dissidentes são mencionados - Cuvier, Owen, Agassiz e Pictet, e mais recentes como Goldschmidt e Hoyle. Denton salienta que o criticismo deles, empiricamente baseados, nunca foi respondido satisfatoriamente.
A outra narrativa é a ‘narrativa da história da ciência’ (cap. 3). Aqui Denton mostra como que a teoria de Darwin se transformou ao longo do tempo em um dogma incontestável:
“Ao passar dos anos após a revolução darwiniana, e assim que a evolução se tornou mais e mais consolidada em dogma, a gestalt da continuidade impôs-se em cada faceta da biologia. As descontinuidades da natureza não podiam mais ser percebidas. Conseqüentemente, o debate ficou inativo e havia menos necessidade de justificar a idéia da evolução pela referência aos fatos”.[23]
Uma dissensão contra Darwin se torna "por definição irracional e especialmente irritante se os dissidentes afirmarem estarem apresentando uma crítica racional". Denton acrescenta: "É irônico refletir isso enquanto que Darwin considerou uma vez ser herético questionar a imutablilidade das espécies, hoje em dia é herético questionar a idéia da evolução".
Denton finaliza este capítulo com uma citação de Paul Feyerabend sobre o poder do dogma metafísico em modelar a imagem da verdade, onde "a estabilidade atingida, a aparência de verdade absoluta, é nada a não ser o resultado de um conformismo absoluto". Essa verdade funciona como mito, e "o mito é, portanto, de nenhuma relevância objetiva, ele continua a existir somente como resultado do esforço da comunidade de crentes e dos seus líderes, sejam esses agora sacerdotes ou ganhadores do prêmio Nobel. O seu 'sucesso' é inteiramente fabricado pelo homem". [24]
Todavia, Denton considera que a teoria “ainda é, como no tempo de Darwin, uma hipótese altamente especulativa completamente sem apoio direto concreto e muito distante daquele axioma auto-evidente que muitos dos seus mais agressivos defensores gostariam que nós acreditássemos”. [25]
Um fato digno de menção é que o livro Evolution: A Theory in Crisis influenciou um número expressivo de professores universitários americanos que se tornaram céticos de Darwin - um deles iniciou o MDI: Phillip Johnson.

Notas:

[1] Vide Xenophon, Memorabilia of Socrates, Book I, chapter 4; Plato, The Laws, Book X.
[2] SCHILLER, F.C. S., “Darwinism and Design Argument,” in Schiller, Humanism: Philosophical Essays (Nova
York: The Macmillan Co., 1903, p. 141. Este ensaio foi primeiramente publicado no Contemporary
Review em junho de 1897.
[3] MOORHEAD, P. S. e KAPLAN, M. M., eds. Mathematical Challenges to the Neo-Darwinian Interpretation of
Evolution (Filadélfia: Wistar Institute Press, 1967)
[4] Medawar nasceu no Brasil, mas nunca optou pela nacionalidade brasileira. Seria o nosso primeiro laureado com o Prêmio Nobel.
[5] MOORHEAD, P. S. e KAPLAN, M. M., op. cit. vol. 5 p. xi.
[6] Ibid.
[7] Ibid.
[8] Outros eminentes participantes: Holgar Hyden (neurobiólogo), Paul Weiss e W. H. Thorpe (zoólogos), David McNeil (lingüista) e Jean Piaget (psicólogo e educador).
[9] KOESTLER, Arthur. Beyond Reductionism. Londres: Hutchinson & Co. Ltd., 1969, p. 2
[10] KOESTLER, Arthur. Beyond Reductionism. Londres: Hutchinson & Co. Ltd., 1969
[11] Traduzido em inglês como Evolution of Living Organisms. Nova York: Academic Press, 1977.
[12] Citado por Phillip Johnson in Darwin on Trial, Downers Grove, IL: InterVarsity Press, 1993, 2a. ed., p. 174-75.
[13] KUHN, Thomas. A Estrutura das Revoluções Científicas. São Paulo: Perspectiva, 1998, 5a. ed.
[14] GOULD, Stephen Jay. The Panda’s Thumb. Nova York: W. W. Norton, 1980.
[15] Ibid, in The Episodic Nature of Evolutionary Change, p. 182.
[16] HOYLE, Fred e WICKRAMASINGHE, Chandra. Evolution from Space. Londres: J. M. Dent, 1981.
[17] Ibid. A especulação absurda de Hoyle é de que uma inteligência alienígena habitou dissimuladamente na Terra em forma de numerosas espécies de insetos.
[18] Ibid, p. 96.
[19] Vide Evolution: A Theory in Crisis, de Michael Denton, p. 138-139.
[20] Esta palestra foi gravada sem o consentimento de Patterson, mas numa entrevista com o jornalista Tom Bethell ele reafirmou esta sua posição. Vide Deducing from Materialism in National Review, 29 de agosto de 1986, p. 43.
[21] THAXTON, Charles, BRADLEY, Walter e OLSEN, Roger. The Mystery of Life's Origin. Nova York:
Philosophical Library, 1984. Este livro é considerado o ponto inicial do MDI. Edição esgotada.
[22] DENTON, Michael Denton. Evolution: A Theory in Crisis. Bethesda, MD: Adler & Adler, 1986, p. 345.
[23] Ibid, p. 74.
[24] FEYERABEND, Paul. Problems of Empiricism in Beyond the Edge of Certainty, R. G. Colodny, 1965, p. 176.
[25] Ibid, p. 77.

A psicose ultradarwinista

Marx e Freud, como paradigmas científicos, já morreram, mas há muito tempo Darwin não está se sentindo muito bem. Embora morto epistemicamente, quem sabe Freud pode nos ajudar a compreender ‘a doença darwinista’. Este texto é baseado em um artigo de Monica Weinberg, jornalista da revista VEJA, sobre COMO as autoridades do atual governo federal negam que há uma crise ética em nosso governo.

Sigmund Freud desenvolveu a psicanálise. É uma maneira de se tratar certas desordens da mente examinando-se as memórias da vida passada do paciente, suas experiências, seus sonhos, etc., numa tentativa de se descobrir as causas escondidas desta doença.

A psicanálise tem uma interessante definição para a insistência dos darwinistas negarem a existência de uma tremenda crise epistêmica que enfrenta o neodarwinismo: ela é chamada de psicose – uma séria desordem da mente que pode produzir mudança de caráter e fazer com que alguém perca a noção da realidade. Esta doença é associada com a reconstrução de uma realidade alucinatória, o fruto de um trauma entre o ego e o mundo real.

Para os especialistas, a alucinação darwinista consiste em inventar uma estória que corre paralela aos fatos, e, além disso, eles esperam que alguém creia nisso.

Há manifestações de uma doença psicótica que Anna Freud, a filha mais nova de seis filhos de Sigmund Freud, lidou no seu livro The Ego and the Mechanisms of Defense (1936). Ela descreve vários processos adaptativos pelas quais os estados emocionais dolorosos e não desejados são resistidos ou tornados mais suportáveis. Um deles é a “negação em fantasia” – para proteger-se de uma realidade desagradável, o indivíduo deixa de ver o mundo como ele é e inventa outro onde a vida é mais prazerosa. Quando os darwinistas vêm a público negar a existência das insuficiências epistêmicas da teoria geral da evolução, eles acreditam ser capazes de produzir como efeito uma nova realidade que protege e blinda ‘o longo argumento’ Darwin das críticas, mesmo as cientificamente fundamentadas.

De acordo com Anna, este comportamento é esperado de ocorrer na infância, a fase quando as fantasias são saudáveis para um desenvolvimento psíquico saudável, mas na fase adulta – e o darwinismo já tem quase 150 anos – é um sinal doentio de psicose.

Neste estado psicótico darwinista, os especialistas detectam um pouco de egocentrismo. De acordo com esta análise, quando eles negam publicamente de que não há nenhuma crise epistêmica com o neodarwinismo, que não há dissidentes, eles acreditam que são capazes de produzir uma nova realidade, mas essa também é outra visão alucinatória darwinista.

Qualquer semelhança com o que porta-vozes da Nomenklatura científica vêm dizendo ultimamente não é mera coincidência. É psicose mesmo!

Como não criticar o Design Inteligente

sexta-feira, janeiro 27, 2006

Os oponentes do DI, e não são poucos, talvez ainda não se aperceberam que nas suas críticas de o DI não ser testável e nem falsificável, estão se metendo numa situação epistemológica Catch-22 e academicamente muito embaraçosa.

Vão ter que escolher agora entre duas coisas: o DI não é testável ou o DI não é falsificável, ou como bem diz o ditado matuto, mas sábio – “Não dá para assobiar e chupar cana ao mesmo tempo”.

Se o DI não é testável e nem falsificável, como tem sido freqüentemente aqui publicado, então NUNCA poderia ser argumentado que os exemplos de ‘mau design’ demonstram que o DI está errado.

Além disso, se o DI não é testável e nem falsificável, quem deveria ser veementemente criticado por isso é Kenneth Miller, um biólogo americano, que apresentou o Type III Secretory System (TTSS) como evidência de que o DI está errado. Vide: The Flagellum Unspun: The Collapse of Irreducible Complexity in “Debating Design: From Darwin to DNA”, W. Dembski e M. Ruse, editores, Cambridge: Cambridge University Press, 2004.
Ora, além de o DI ser freqüentemente apresentado como tendo tais insuficiências epistêmicas, se o DI é uma hipótese não testável e nem falsificável, ela só pode ser uma hipótese que “nem errada” é (Wolfgang Pauli), mas uma hipótese que “nem errada” é, não pode também ser demonstrada como errada!

Se o DI não sugeriu hipóteses que, a princípio, poderiam ser demonstradas como não verdadeiras, então por que os críticos do DI são tão ‘entusiasmados’ com o Type III Secretory System (TTSS) [Sistema Secretor Tipo 3] defendido por Miller?

Os críticos ainda não se deram conta de que, ao apresentarem o Type III Secretory System (TTSS), impensadamente, eles estão proclamando que o DI é uma hipótese testável e falsificável e que a testaram e descobriram que está errada. Ora, não dá para sair por aí dizendo que o DI não é testável e nem falsificável e depois dizer – nós demonstramos que o DI está errado!
Seja lá qual for a crítica ao DI… você não pode assobiar e chupar cana ao mesmo tempo. Pano rápido!

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Nota: Este texto foi uma réplica a dois professores de Biologia de duas renomadas universidades pública e privada. O editor de uma newsletter científica não publicou por razões mais do que óbvias!

A TEORIA DO DESIGN INTELIGENTE – Parte 3

quinta-feira, janeiro 26, 2006

Baseado nas obras dos teóricos do Design Inteligente: William A. Dembski e Michael J. Behe.

Plano de pesquisas propostas pela TDI

Freqüentemente os oponentes e críticos do DI afirmam que a TDI não é ciência porque não tem um plano para verificação experimental. Mas o DI tem esse plano de verificação. Atualmente são dez os temas de pesquisa,[i] mas somente cinco são aqui brevemente considerados:

· Métodos de detecção de design. Técnicas, métodos e critérios de detecção de design intencional são amplamente empregados em várias ciências especiais (a ciência de investigação criminal, a criptografia, a arqueologia, a inteligência artificial (cf. o teste de Turing) e a busca por inteligência extraterrestre [SETI - Search for Extraterrestrial Intelligence]). Os critérios da complexidade irredutível de Behe e da complexidade especificada de Dembski precisam estar no centro dessa discussão com mais seriedade pela academia brasileira.[ii]
· Informação biológica. Como que a matéria foi formada em maneiras muito especiais a fim de constituir a vida? Dembski aborda esse problema no seu livro No Free Lunch, mas há necessidade de mais trabalho e pesquisa nesta área.
· Complexidade mínima. Coisas vivas são sistemas complexos constituídos de sub-sistemas complexos que por sua vez consistem de outros sub-sistemas até que um nível de organização é atingido que é quimicamente simples. Essa complexidade mínima fornece confirmação decisiva de design inteligente?
· Capacidade de evolução. As limitações na capacidade de evolução por meio de mecanismos materiais se constituem em evidências de design intencional.
· O princípio de “engenharia metodológica”. Os sistemas biológicos precisam ser compreendidos como sistemas de engenharia: origem, construção, operação, falha de operação, desgaste, reparo, modificação (acidental ou por design intencional).

Conclusão circunstancial:

A visão darwinista da vida está rapidamente perdendo o contato com a realidade e com o design intencional que permeia o mundo no nível bioquímico - um mundo sobre o qual Darwin nada sabia. São muitas as anomalias, que têm resistido todas as tentativas de serem resolvidas pelos procedimentos existentes do paradigma atual, mas a velha guarda do darwinismo, mesmo sabendo que as suas “idéias não correspondem aos fatos” [Cazuza], não está e nem ficará quieta: existe atualmente nos Estados Unidos uma inquisição sem fogueiras para os que criticam cientificamente o darwinismo[iii].

No seu livro The End of Christendom, Malcolm Muggeridge escreveu: “Eu estou mesmo convencido de que a teoria da evolução, especialmente na extensão na qual tem sido aplicada, será uma das maiores de todas as piadas nos livros de história do futuro. A posteridade irá se maravilhar como uma hipótese muito superficial e tão dúbia pôde ser aceita com a incrível credulidade que tem sido aceita”.

A visão darwinista, porém, como os ‘epiciclos’ de Ptolomeu, recusa-se em procurar a porta de saída paradigmática, para ser substituída por uma nova visão baseada na realidade: Design Inteligente.

Bibliografia sobre a TDI:
1. BEHE, Michael J., A caixa preta de Darwin. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1997.

2. BUELL, Jon e HEARN, Virginia, (eds.), Darwinism: Science or Philosophy? Dallas, TX:
Foundation for Thought and Ethics, 1993.

3. DEMBSKI, William A., The Design Inference: Eliminating Chance Through Small
Probabilities. Cambridge: Cambridge University Press, 1998.

4. ________. No Free Lunch: Why Specified Complexity Cannot Be Purchased
without Intelligence. Lanham, MD: Rowman & Littlefield, 2002.

5. ________. The Design Revolution: Answering the Thoughest Questions About Intelligent
Design. Downers Grove, IL: InterVarsity Press, 2004.

6. GONZALEZ, Guillermo e RICHARDS, Jay W., The Privileged Planet: How Our Place in the Cosmos is Designed for Discovery. Washington, D.C.: Regnery Publishing, Inc., 2004. Um tratado excepcional sobre a evidência de design derivado da astronomia e cosmologia.

7. MENUGE, Angus. Agents Under Fire: Materialism and the Rationality of Science. Lanham, MD: Rowman & Littlefield, 2004.

8. THAXTON, Charles B.; BRADLEY, Walter L.; OLSEN, Roger L., The Mystery of Life’s Origin: Reassessing Current Theories. Nova York: Philosophical Library, 1984. Sem dúvida, o livro que lançou a base científica para a moderna TDI.

Bibliografia sobre as implicações culturais da TDI:
1. CAMPBELL, John Angus e MEYER, Stephen, Darwin, Design, and Public Education. Michigan: Michigan University Press, 2003.

2. DEMBSKI, William A. (ed.), Mere Creation: Science, Faith and Intelligent Design. Downers Grove, IL: InterVarsity Press, 1998.

3. _______. Intelligent Design: The Bridge Between Science and Theology. Downers Grove, IL: InterVarsity Press, 1999.

4. DEMBSKI, William A., e KUSHINER, James M. (eds.). Signs of Intelligence: Understanding Intelligent Design. Grand Rapids, MI: Brazos Press, 2001.

5. DEMBSKI, William A. (ed.), Uncommon Dissent: Intellectuals Who Find Darwinism Unconvincing. Wilmington, DE: ISI Books, 2004.
6. DEMBSKI, William A. e RUSE, Michael. Debating Design: From Darwin to DNA. Cambridge: Cambridge University Press, 2004.

7. HUNTER, Cornelius G., Darwin’s God: Evolution and the Problem of Evil. Grand Rapids, MI: Brazos Press, 2001.

8. _______. Darwin’s Proof: The Triumph of Religion Over Science. Grand Rapids, MI: Brazos Press, 2003. A religião aqui é o darwinismo.

9. JOHNSON, Phillip E., JOHNSON, Phillip E., Darwin on Trial. Downers Grove, IL:InterVarsity Press, 1991.

10. _______. Reason in the Balance: The Case Against Naturalism in Science, Law and Education. Downers Grove, IL: InterVarsity Press, 1995.

11. _______. Defeating Darwinism by Opening Minds. Downers Grove, IL: InterVarsity Press, 1997. Traduzido para o português no Brasil, mas encontra-se esgotado.

12. _______. Objections Sustained: Subversive Essays on Evolution, Law and Culture. Downers Grove, IL: InterVarsity Press, 1998.

13. _______. The Wedge of Truth: Splitting the Foundations of Naturalism. Downers Grove, IL: InterVarsity Press, 2000. Traduzido para o português como Ciência, Intolerância e Fé - A Cunha da Verdade: rompendo os fundamentos do naturalismo.

14. _______. The Right Questions: Truth, Meaning and Public Debate. Downers Grove, IL: InterVarsity Press, 2002.

Bibliografia sobre a história da TDI e o MDI:

1. O’LEARY, Denyse. By Chance or by Design? Minneapolis, MN: Augsburg Fortress, 2004. Escrito por uma jornalista canadense visando os leigos.

2. WOODWARD, Thomas. Doubts About Darwin: A History of Intelligent Design. Grand Rapids, MI: Baker Books, 2003.
[i] DEMBSKI, William A., The Design Revolution, p. 310-17.

[ii] A ilação, errônea, da maioria dos acadêmicos brasileiros de que a TDI é criacionismo e o total desconhecimento da obra de Dembski são, para este Autor, as causas da alienação da TDI por parte da Academia. A TDI cai ou se estabelece pelos seus próprios méritos que precisam ser devidamente considerados: se o design encontrado na natureza for demonstrado cientificamente que é aparente, não detectável e produto de leis e processos naturais não guiados como o acaso, necessidade, mutações e seleção [não é atributo de inteligência???] natural nós tiramos a TDI da mesa de debate como teoria que se propõe substituir as teorias da origem e evolução da vida atuais.

[iii] Nos Estados Unidos, a maior democracia do mundo, não é crime criticar o governo, mas criticar Darwin é considerado crime de lèse majesté. Vários professores universitários, que de alguma forma sofreram sanções acadêmicas, são mencionados por Angus Menuge in Agents Under Fire, p. 200-01. A razão maior para nós do NBDI protegermos atualmente os professores e alunos de universidades públicas e privadas que são simpáticos à TDI deve-se a esse tipo de ‘patrulhamento ideológico’. A ‘liberdade de cátedra’ e o debate de diversidade de idéias foi jogada na lata do lixo. No Brasil não é menos diferente. Razão disso? A toxina do materialismo filosófico travestido de metodologia científica.